O governo do Paraguai não conseguiu prender nenhum membro do grupo guerrilheiro Exército do Povo Paraguaio (EPP), durante os 30 dias de estado de exceção, admitiu ontem o ministro do Interior, Rafael Filizzola. O estado de exceção está em sua última semana de vigência e vale para cinco departamentos (estados) do norte do país.
O EPP é uma organização de esquerda, dissidência do Partido Pátria Livre, sem representação parlamentar. O grupo rebelde se dedica a sequestros desde 2008, para arrecadar dinheiro, e ataca pequenos quartéis da polícia e dos militares.
Em abril, militantes do grupo assassinaram um policial e três funcionários de uma fazenda em Concepción, quando tentavam roubar alimentos.
O estado de exceção está vigente desde 25 de abril e "terminará à meia-noite da próxima segunda-feira, encerrando a tarefa conjunta de militares e policiais nos departamentos de Concepción, San Pedro, Amambay, Villa Hayes e Alto Paraguay", no norte do país, disse um porta-voz dos militares paraguaios, coronel Cayo Arréllaga.
Filizzola, por sua vez, reconheceu em entrevista coletiva que "dos 40 membros do EPP detidos atualmente, a metade foi capturada sob o governo do presidente Fernando Lugo e cremos que foi cortado o sistema logístico desse grupo de delinquentes". O ministro disse que "não se pode esperar milagres da noite para o dia" e lembrou que alguns líderes do grupo têm mandados de prisão contra si desde 2002 e 2004. "Em outros países, há delinquentes que estão há mais de dez anos com ordens de prisão", comparou.



