Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Colômbia

Governo e Farc abrem negociação para a paz

Presidente colombiano confirma contato com líderes da guerrilha, que reúne mais de 9 mil combatentes

Familiar do refém Jorge Humberto Romero participa de missa na catedral de Villavicencio | Luis Acosta/AFP
Familiar do refém Jorge Humberto Romero participa de missa na catedral de Villavicencio (Foto: Luis Acosta/AFP)

O governo da Colômbia e representantes das Forças Ar­­madas Revolucionárias da Co­­lômbia (Farc) assinaram ontem em Cuba um acordo para iniciar negociações para a paz

A informação divulgada pelo canal de televisão Te­­lesur, ligado ao governo Hu­­go Chávez, foi confirmada no início da noite pelo presidente colombiano, Juan Manuel Santos.

"Desde o primeiro dia do meu governo tenho cumprido com a obrigação constitucional de buscar a paz. De­­senvolvemos conversações exploratórias com as Farc para buscar o fim do conflito" e os resultados serão divulgados nos próximos dias, revelou Santos em mensagem pela tevê.

O presidente assinalou que as forças militares colom­­bianas não suspenderão suas operações ou reduzirão sua presença no território nacional durante estes contatos com a guerrilha. Santos informou ainda o interesse de outra guerrilha colombiana – o Exército de Libertação Nacional (ELN) – de participar destas "conversações dirigidas a acabar com a violência", e se mostrou aberto a sua participação em um eventual diálogo.

Segundo o presidente, as três premissas básicas para o diálogo são "aprender com os erros do passado para não repeti-los; qualquer processo precisa levar ao fim do conflito e não a seu prolongamento; e a manutenção das operações e presença militar sobre cada centímetro do território" colombiano.

Principal guerrilha da Co­­lômbia, as Farc operam desde os anos 1960 e tem atualmente cerca de 9,2 mil combatentes. O ELN reúne mais de 2,5 mil homens, segundo o Ministério do Interior.

As Farc entregaram os que consideram "prisioneiros de guerra" – integrantes das forças de seguranças ou políticos – que consideram "trocáveis" por guerrilheiros detidos. Estima-se, no entanto, que mantenham em cativeiro sequestrados comuns, a espera de resgate.

Não há cifras oficiais. Se­­gundo a ONG País Libre, há 405 pessoas detidas na selva pela guerrilha.

Negociadores

Segundo a Telesur, o repre­­sentante das Farc é o comandante Mauricio, líder da guerrilha após a morte de Jorge Briceño. Pelo governo, o conselheiro de Segurança Sergio Jaramillo, o ministro do Meio Ambiente, Frank Pearl, e En­­rique Santos, irmão do presi­­dente.

Santos se reúne com possível negociador

Efe

O presidente colombiano, Juan Manuel Santos, se reuniu ontem em Bogotá com César Gaviria, ex-secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), apontado como um dos possíveis interlocutores do governo caso se concretize a abertura de um diálogo de paz com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).

Uma fonte próxima à Casa de Nariño, sede presidencial, confirmou à Agência Efe que Gaviria chegou à reunião com Santos horas depois de o canal Telesur, com sede em Caracas, assegurasse que o Executivo e as Farc haviam concordado iniciar um diálogo pela paz.

O nome de Gaviria como integrante do comitê mediador ou negociador oficial perante a principal guerrilha colombiana foi mencionado por alguns meios de comunicação de Bogotá, entre eles a rádio RCN, mas sem citar fontes.

Gaviria é reconhecido como o presidente da Colômbia que ordenou a primeira e maior operação militar contra as Farc, que estão em atividade desde 1964 e na atualidade contam com cerca de 8,5 mil combatentes, segundo fontes militares. A ação foi lançada no dia 10 de dezembro de 1990.

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.