O presidente das Filipinas, Benigno Aquino, e o líder do principal grupo muçulmano rebelde do país, Murad Ebrahim, se reuniram na quinta-feira à noite em um hotel de Tóquio para tentar acelerar suas negociações de paz, disseram o governo e os rebeldes nesta sexta-feira.
O encontro de duas horas ocorreu em um hotel perto do aeroporto Narita, na presença de assessores de Aquino e da Frente Moro Islâmica de Libertação (FMIL).
"A reunião foi cordial, mas consistiu em um intercâmbio franco e honesto das suas opiniões acerca dos marcos da continuidade das negociações de paz, e algumas possíveis abordagens que as partes podem adotar para levar a uma solução pacífica", disse Marvic Leonen, chefe da comissão negociadora do governo, numa entrevista coletiva em Manila, confirmando o teor de uma reportagem anterior da Reuters.
"Ambos concordaram que a implementação de um eventual acordo deveria acontecer dentro da atual administração. Ambos concordaram em acelerar as negociações. Nenhum acordo secreto foi feito na reunião", disse Leonen, acrescentando que a iniciativa da reunião partiu de Aquino, e que os líderes rebeldes deixaram de pleitear a independência para a região muçulmana do sul do arquipélago, de maioria católica.
Os rebeldes deram poucos detalhes do encontro, qualificando-os apenas como "frutíferos".
A chancelaria japonesa divulgou nota manifestando apoio ao processo de paz filipino, e prometendo ajuda ao desenvolvimento das áreas afetadas pelo conflito.
As duas partes terão uma nova rodada de discussões entre os dias 20 e 22 de agosto em Kuala Lumpur, na Malásia. O governo deve levar uma contraproposta à exigência da FMIL de criar um "Estado dentro do Estado" nas províncias muçulmanas.
Aquino promete buscar acordos políticos para acabar com a rebelião islâmica e também com a insurgência maoísta, que juntas mataram 160 mil pessoas e deixaram 2 milhões de refugiados internos nos últimos 40 anos, além de afastarem investidores.



