O governo da Argentina acusou o chefe do governo da Espanha, Pedro Sánchez, de “intromissão” após críticas pelo fechamento do Ministério da Mulher na gestão do presidente argentino Javier Milei, acirrando a crise nas relações bilaterais dos países.
Durante um comício na última sexta-feira (7), último dia da campanha eleitoral para o Parlamento Europeu, Sánchez declarou que apesar da eliminação do Ministério da Mulher, “a causa feminista é muito mais poderosa do que o que Milei pode fazer”.
Integrantes do governo argentino responderam o presidente do governo espanhol. No sábado (8), Milei compartilhou a postagem do subsecretário da Imprensa, Javier Lanari, com ataques às organizações de esquerda. “Prejudicar é desmembrar uma mulher, entregá-la aos porcos e culpar a vítima. Fazer mal é trocar planos por sexo. Tudo isto aconteceu com o Ministério da Mulher, Inadi, Nodio e dezenas de organizações militantes”, postou Lanari na rede social X.
Na quinta-feira (6), o governo argentino anunciou o fechamento da pasta para cumprir a promessa eleitoral de reduzir o tamanho do Estado e por considerar que o ministério “foi criado e utilizado” com “fins político-partidários” pela administração do ex-presidente Alberto Fernández (2019-2023).
A ministra da Segurança, Patricia Bullrich, também rebateu a declaração de Pedro Sánchez e criticou a “intromissão” do espanhol com a retirada da embaixada da capital Buenos Aires. Em maio, Milei não concordou em pedir desculpas ao governo espanhol após críticas ao governo Sánchez na convenção anual do partido de direita espanhol Vox, em Madri, onde chamou a esposa de Sánchez, Begoña Gómez, de “corrupta”.
Por outro lado, o governo argentino queria que as autoridades espanholas pedissem desculpas por ter chamado Milei de “odiador”, “negacionista”, “abusador de substâncias”, “autoritário”, “antidemocrático” e de ser “uma pessoa muito ruim”.
Na última eleição presidencial argentina, Sánchez apoiou o ex-candidato peronista e então ministro da Economia Sergio Massa e não enviou cumprimentos a Milei após a vitória nas urnas em novembro de 2023.
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