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A ministra das Relações Exteriores da Colômbia, Laura Sarabia, pediu nesta segunda-feira (10) à Comissão das Nações Unidas sobre Narcóticos a exclusão da folha de coca da lista de substâncias proibidas. A solicitação foi feita durante a 68ª sessão do órgão em Viena, na Áustria, onde a chanceler colombiana argumentou que a criminalização da planta tem sido “ineficaz” no combate ao narcotráfico e na erradicação da produção de cocaína.
Sarabia defendeu que a folha de coca, base para a produção da droga, “não é prejudicial à saúde por si só” e que sua retirada da lista “ajudaria a impulsionar o uso industrial da planta”, permitindo que o Estado colombiano “ofereça alternativas econômicas para agricultores envolvidos no cultivo da matéria-prima da cocaína”.
“A ciência mostrará que a folha de coca em si não é prejudicial à saúde. Só conseguiremos tirá-la dos traficantes se aproveitarmos seu potencial para usos industriais, como fertilizantes e bebidas”, declarou a ministra.
A chanceler também criticou a abordagem atual do combate às drogas, afirmando que, apesar dos bilhões investidos em políticas de repressão, o tráfico segue “financiando organizações criminosas e grupos terroristas”.
“As evidências são contundentes: o tráfico de drogas atrapalhou o desenvolvimento do nosso país, vitimou milhões de camponeses, financiou grupos terroristas e devastou ecossistemas essenciais como a Amazônia”, afirmou Sarabia, enfatizando que a estratégia global precisa de uma reformulação urgente.
Ao justificar seu pedido, a ministra argumentou que a exclusão da folha de coca da lista de substâncias nocivas não significa normalizar o tráfico de drogas, mas sim “oferecer ferramentas mais eficazes para combatê-lo”.
“Reformar o regime global de drogas não significa normalizar o tráfico, mas sim equipar-nos com ferramentas mais eficazes para enfrentá-lo. Não podemos continuar repetindo os erros do passado. Para a Colômbia, reorientar essa política é uma questão de vida e paz”, declarou.
Atualmente, a Colômbia é o maior produtor mundial de cocaína, de acordo com o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC).







