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Protestos contra o governo interino de Honduras chegam a Washington: manifestantes pedem liberdade de imprensa no país da América Central | Jewel Samad/AFP
Protestos contra o governo interino de Honduras chegam a Washington: manifestantes pedem liberdade de imprensa no país da América Central| Foto: Jewel Samad/AFP

ONU começa hoje a investigar violações dos direitos humanos

Vinda de Genebra, a comissão da ONU para Direitos Humanos deverá apurar a partir de hoje abusos cometidos em Honduras desde 28 de junho, quando militares enviaram o presidente Ma­­nuel Zelaya para a Costa Rica. O grupo é liderado por Liliana Va­­liña, que atuou como investigadora no México, e por Roberto Desogus, que trabalhou na Co­­lômbia.

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O impasse

A crise em Honduras foi desencadeada com a deposição do presidente Manuel Zelaya, no dia 28 de junho.

O golpe

- Militares, com apoio da Corte Suprema, que disse ter ordenado a prisão de Zelaya, e o Congresso foram os responsáveis pela deposição do presidente.

A motivação

- Zelaya decretou a realização de uma consulta nacional sobre a possibilidade de convocar uma Assembleia Constituinte. A consulta foi considerada ilegal pela Justiça, pelo Congresso e pelo Ministério Público. Mesmo assim, Zelaya insistiu em realizar o referendo, mas não teve apoio das Forças Armadas.

O que diz Zelaya

- O presidente deposto diz que a consulta não tem força de lei e que ele desejava abrir caminho para uma Constituição que desse voz aos pobres, 70% do país.

O que diz o governo interino

- O presidente descumpriu uma ordem judicial, e por isso foi deposto. A intenção de Zelaya com a consulta é impor uma nova Carta que permita a reeleição.

Retorno clandestino

- Depois de tentar por duas vezes voltar ao país, sem sucesso, Zelaya conseguiu chegar a Tegucigalpa no último dia 21 e se refugiou na Embaixada do Brasil. A partir da sede da missão diplomática brasileira ele negocia sua volta ao poder.

Fonte: Da Redação com agências

Um dia depois de representantes do Alto Comissariado da ONU pa­­ra Direitos Humanos terem chegado a Honduras, o governo de fato de Roberto Micheletti pu­­blicou ontem a revogação oficial do estado de sítio no país. A me­­dida de exceção havia sido im­­posta no úl­­timo dia 22, logo de­­­pois de o presidente deposto Ma­­nuel Zelaya ter retornado clandestinamente ao país. Com o recuo, a Rádio Globo – uma das principais vozes ze­­laystas, que havia sido fechada por policiais e militares – voltou ao ar pela manhã.

Micheletti havia prometido no dia 5 revogar o estado de emergência, mas a medida só foi publicada ontem no Diário Ofi­­cial. Segundo o governo de fato, a impressora que seria usada estava "com problemas".

"Aproveitamos a presença da ONU para reabrir", afirmou Da­­vid Romero, diretor da Rádio Globo. Embora comemore o reinício das atividades, Romero ad­­mite que a rádio estará submetida a uma espécie de autocensura. "Pedimos a todos que evitem adjetivos qualificativos, palavras grosseiras e qualquer tipo de violência verbal."

Um decreto adicional que fora publicado pelo governo de fato há oito dias, segundo o qual empresas de comunicação que "incitarem a anarquia" terão licenças ca­­çadas, ainda ameaça veículos pró-Zelaya. Essa medida continua em vigor.

O equipamento da Rádio Glo­­bo confiscado por militares e po­­liciais no dia 22 até agora não foi devolvido. "Estamos na Jus­­tiça atrás disso", disse Romero.

Além da rádio, o Canal 36 de televisão, também amplamente favorável a Zelaya, havia si­­do al­­vo de uma operação. A emis­­so­­ra, en­­tretanto, prometia retomar as transmissões somente on­­tem à noite.

A maior parte da imprensa hon­­durenha apoia o golpe contra Zelaya e as medidas de exceção do governo de fato. Desde a classificação de Honduras para a Copa de 2010, a interminável disputa política deixou as principais páginas do noticiário na­­cional.

Apesar de o estado de sítio estar tecnicamente suspenso, manifestantes pró-Zelaya con­­tinuaram ontem a evitar marchar pelas ruas de Tegu­­ci­­gal­­pa.

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