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O Chile vai elaborar um mapa territorial com os lugares que foram utilizados para a repressão, tortura e assassinatos durante a ditadura de Augusto Pinochet (1973-90), disse na quarta-feira a ministra de Bens Nacionais, Romy Schmidt.

A idéia do governo da presidente Michelle Bachelet, ela própria torturada junto com sua mãe, Angela Jeria, durante a ditadura, prevê que esta iniciativa, junto com a criação de um museu e um Instituto de Direitos Humanos, seja uma viagem permanente pela memória.

Sob o regime de Pinochet, cerca de 3.000 pessoas morreram ou foram desaparecidas, enquanto outras 28 mil foram torturadas, segundo cifras oficiais.

Com o cadastro, "queremos que todo o país saiba o que aconteceu e onde. O aperfeiçoamento da informação permitirá estabelecer um mapa da distribuição territorial da repressão", disse Schmidt ao inaugurar a Conferência Internacional sobre Memória e Democracia.

A ministra disse que já há informação básica de que pelo menos 515 imóveis públicos foram utilizados com fins repressivos e de violação aos direitos humanos.

"Lançaremos mão de toda ferramenta legal, de toda a nossa criatividade democrática para que no Chile não se repita o nefasto", disse Schmidt.

"Em outras palavras, deixaremos claro que o atropelo dos direitos humanos é parte da história do Chile", afirmou, citando também a preparação de uma "Rota da Memória".

Margarita Romero, vice-presidente-executiva do Parque pela Paz Villa Grimaldi, um ex-centro de torturas, enfatizou que o Estado chileno não só tem uma responsabilidade com os lugares de memória histórica "como também mantém uma dívida ética e política com o país".

O anúncio da realização do cadastro ocorre no momento em que o ex-general do Exército Raúl Iturriaga se encontra foragido da Justiça, que o condenou a cinco anos e um dia de prisão pelo sequestro permanente de um opositor durante a ditadura de Pinochet.

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