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Os governos árabes reduziram sua ajuda financeira à Autoridade Palestina neste ano, segundo cifras obtidas pela Reuters, e a ONU alertou para uma iminente crise financeira entre os palestinos.

"Os árabes não estão pagando. Pedimos a eles que cumpram suas promessas financeiras", disse Saleh Rafat, membro do comitê executivo da Organização para a Libertação da Palestina, e um dos poucos funcionários locais dispostos a falar sobre o assunto.

Governos árabes contatados pela Reuters não quiseram comentar a questão.

A redução das contribuições preocupa governos ocidentais e cria um problema orçamentário para as autoridades da Cisjordânia.

Alguns funcionários palestinos especulam que os governos árabes poderiam estar retendo a verba para pressionar as facções Fatah (que governa a Cisjordânia) e Hamas (que controla a Faixa de Gaza) a se reconciliarem.

Cifras do ministério palestino das Finanças, obtidas pela Reuters, mostram que a Autoridade Palestina recebeu 583,5 milhões de dólares do exterior desde o começo do ano. Só 22 por cento do total veio de doadores árabes.

Nos últimos três anos, o máximo que os países árabes pagaram em um só ano foram 525,9 milhões de dólares, em 2008. Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos, grandes exportadores de petróleo, são os principais contribuintes árabes desde 2007. Em 2010, no entanto, ambos ficaram aquém das doações anteriores.

Desde o começo do ano, a Arábia Saudita entregou apenas 30,6 milhões de dólares, enquanto em 2009 deu 241,1 milhões. Os Emirados Árabes, que deram 173,9 milhões de dólares no ano passado, até agora não entregaram nada neste ano.

Um relatório divulgado nesta semana pela ONU diz que a Autoridade Palestina "enfrentará uma séria crise de liquidez em setembro e terá dificuldades em pagar os salários de agosto" devido à redução da ajuda. Membros da Autoridade Palestina disseram, no entanto, que o pagamento dos salários de agosto está assegurado.

A ajuda externa garante o pagamento dos 148 mil funcionários públicos, inclusive os 67 mil da Faixa de Gaza, cujos salários são cruciais para a economia dessa região, submetida a um bloqueio econômico por parte de Israel.

Também na Cisjordânia o apoio dos doadores tem sido vital para o crescimento econômico, estimado neste ano em até 8 por cento.

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