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A Grã-Bretanha e a França darão início a uma nova era de cooperação no setor de defesa na próxima terça-feira (2). Trata-se de uma medida que visa poupar dinheiro, mantendo os armamentos necessários para que os dois países continuem capazes de dar mostras de seu poderio militar.

O secretário de Defesa britânico, Liam Fox, disse durante um encontro em Londres com o primeiro-ministro, David Cameron, e com o presidente francês, Nicolas Sarkozy, que a cooperação será centrada em treinamento conjunto, cooperação na aquisição de equipamentos e tecnologia, em tornar equipamentos militares mais compatíveis e em promover maior intercâmbio de informações.

A Grã-Bretanha e a França, ambas potências nucleares, contam com as Forças Armadas mais capazes da Europa ocidental. Mas ambas as nações estão procurando cortar gastos para compensar grandes déficits orçamentários, o que torna crucial obter o melhor valor possível nos gastos de defesa.

"Essa relação será levada para um novo nível - o mais próximo que já¡ alcançamos", escreveu Fox em um artigo no jornal Sunday Telegraph.

No entanto, ele disse que a iniciativa não era uma repetição de um acordo de 1998 anglo-francês, considerado a pavimentação do caminho para uma política de defesa comum da União Europeia.

"Também não é um impulso para um exército da UE, ao qual nos opomos", afirmou Fox em seu texto.

O reforço da cooperação deverá permitir que ambos os países continuem a projetar força no cenário mundial por meio da partilha de sofisticadas, mas caras, capacidades militares.

Há duas semanas, o governo de coalizão britânico anunciou que o orçamento de defesa do país, de 36,9 bilhões de libras (cerca de R$100,5 bilhões) seria cortado em 8 por cento em termos reais ao longo dos próximos quatro anos, como parte dos esforços para conter um déficit orçamentário recorde em tempo de paz.

A Grã-Bretanha anunciou cortes para o seu Exército, Marinha e Força Aérea, mas levou adiante os planos de construir dois novos porta-aviões, embora apenas uma esteja operacional. Alterações no projeto do transportador significam que ele será capaz de transportar aviões da França ou dos Estados Unidos.

O ministro da Defesa francês, Herve Morin, sinalizou o alcance da cooperação na semana passada, dizendo que aviões britânicos poderão pousar em cargueiros franceses e vice-versa, e que os dois países poderiam reabastecer aviões um do outro.

Uma fragata britânica poderia, por exemplo, ajudar a proteger o porta-aviões francês Charles de Gaulle e vice-versa, disse ele em uma entrevista com o diário de negócios francês La Tribune.

O encontro da próxima terça-feira contará com a presença dos ministros das pastas da Finança, Defesa e Relações Exteriores da Grã-Bretanha e da França. Entre os temas que serão discutidos na região estão também o Afeganistão, onde os dois países contam com soldados, e as preparações para o encontro do G20, em novembro, na Coreia do Sul.

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