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Policial é atingido por coquetel molotov e fica com as roupas em chamas | John Kolesidis/Reuters
Policial é atingido por coquetel molotov e fica com as roupas em chamas| Foto: John Kolesidis/Reuters
  • Jovem segura um cartaz em frente à embaixada da Grécia em Buenos Aires com a frase:
  • Moradores de Atenas fazem homenagem a Alexis Grigoropoulos, morto por policiais
  • Manifestante desafia cordão de isolamento da polícia em Atenas

Novos protestos de rua pela morte de um adolescente baleado pela polícia agitaram o centro de Atenas, capital da Grécia, nesta sexta-feira (12). É o sétimo dia seguido de confrontos que questionam o impopular governo do premiê Costas Caramanlis.

Na manhã desta sexta, centenas de estudantes marcharam pelas ruas e protagonizaram enfrentamentos isolados contra policiais. Segundo a TV estatal, as principais avenidas foram fechadas, provocando caos no trânsito e prejudicando o funcionamento do comércio.

Professores universitários formaram uma cadeia humana em torno do edifício da Universidade de Atenas. Dezenas de escolas e faculdades estão ocupadas desde segunda-feira, segundo o Ministério da Educação.

No início da tarde, durante uma manifestação estudantil, jovens lançaram coquetéis molotov contra a polícia, que respondeu com gás lacrimogêneo. A situação logo voltou a se acalmas, mas a tensão persistia.

As fachadas de duas agências bancárias foram danificados por pedradas.

Jovens também fizeram ato em frente ao Parlamento e bloquearam a avenida Syggrou, que une o sul ao centro da capital.

Em Salônica, 800 jovens fizeram um ato pacífico no centro da cidade.

O início do protesto

Os estudantes protestam contra a morte de Alexis Grigoropoulos, de 15 anos, ocorrida no sábado passado em Atenas. Ele foi atingido por um disparo feito por um policial durante uma manifestação.

Na quarta, um tribunal ordenou que os dois policiais gregos acusados de ter matado o adolescente fiquem presos preventivamente até seu julgamento.

Epaminontas Korkoneas, autor dos disparos, foi acusado de homicídio culposo. Vasilis Saraliotis responderá por cumplicidade.

A data do julgamento ainda não foi marcada, mas ele pode demorar meses para ser realizado.

Um advogado de defesa dos policiais disse que a bala atingiu o garoto após ricochetear, o que os isentaria da culpa. O relatório oficial de balística deve ser apresentado na sexta-feira.

Korkoneas, conhecido como "Rambo" pelos colegas, disse que atirou porque eles haviam sido cercados por manifestantes e sentiram-se ameaçados.

Governo ameaçado

O premiê Costas Karamanlis disse nesta sexta-feira, em Genebra, que o país pode garantir a segurança de seus cidadãos e que está cumprindo com suas necessidades de financiamento e que isso continuará acontecendo sem problemas. O rendimento dos títulos do país disparou após os dias de protestos.

"A Grécia está cumprindo e vai cumprir suas necessidades de financiamento de forma tranquila", disse Karamanlis em entrevista coletiva em Bruxelas e televisionada para a Grécia.

"Todos acham que esse governo que mata precisa cair. O governo, em quatro anos, só levou a cabo reformas contra os estudantes", disse Maria Tsoupri, de 22 anos. "Não vemos um futuro. Só temos um futuro através da luta."

Karamanlis, cujo partido Nova Democracia detém a maioria por apenas uma cadeira e que viu os índices de popularidade despencarem nos últimos meses, expressou pesar pela morte do adolescente, mas condenou a destruição de propriedade privada.

Karamanlis, que chegou ao poder durante a euforia causada pelas Olimpíadas de 2004, em Atenas, anunciou subsídios e medidas de alívio tributário para os mais afetados pelos protestos. Mas muitos lojistas disseram que o governo deveria ter protegido a propriedade deles.

Após quatro anos de governo conservador, uma série de escândalos, incêndios florestais devastadores e medidas econômicas mal-sucedidas apagaram o clima otimista de 2004.

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