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oriente médio

Guerra afegã completa 10 anos

Conflito custa caro às forças aliadas e determina a vida dos militares e civis que vivem no Afeganistão, estrangeiros ou não

Soldado norte-americano brinca com menino afegão em vilarejo na região de Khas Kunar | Erik de Castro/Reuters
Soldado norte-americano brinca com menino afegão em vilarejo na região de Khas Kunar (Foto: Erik de Castro/Reuters)

Os EUA lideram a guerra no Afeganistão, mas as perdas e os danos são altos e divididos por todos os envolvidos. Pelo menos 1.700 soldados norte-americanos morreram na última década. A Organização do Tratado do Atlân­­tico Norte (Otan) perdeu 954 soldados.

O Exército Nacional afegão so­­freu mais de 1.500 baixas e, embora não haja dados confiáveis sobre quantos insurgentes foram mortos, a estimativa supera os 10 mil.

Nesse meio tempo, o povo afegão ficou no meio do confronto. Cerca de 2.930 civis morreram em ataques realizados pelos Estados Unidos e pela Otan e outros 7.686 foram mortos por insurgentes, segundo estimativas da Orga­­nização das Nações Unidas (ONU) e do Human Rights Watch (HRW). A seguir, algumas histórias marcadas pela guerra.

Família

Quando era criança, o soldado raso Kyle McClintock, de 23 anos, odiava seu pai e sua mãe por se­­rem reservistas do Exército, porque eles ficaram fora por longos períodos. Seu pai lutou na Arábia Saudita durante a operação Tem­­pestade no Deserto e sua mãe serviu no Afeganistão.

McClintock, que nasceu em Rockford, Illinois, tinha apenas 13 anos quando terroristas, sediados no Afeganistão, realizaram os ataques de 11 de Setembro de 2001 contra Nova York e Washington. Menos de um mês mais tarde, em 7 de outubro, os EUA e seus aliados lançaram a operação Liber­­dade Duradoura para caçar integrantes do Taleban e da Al-Qaeda.

Três meses depois de seu primeiro embarque, McClintock, está montando guarda num posto avançado numa montanha afegã, com uma clara visão da fronteira paquistanesa, por onde os terroristas entram. É a sua primeira vez numa zona de guerra.

McClintock acha que seus pais têm orgulho dele. Mas ele ainda não decidiu se vai seguir carreira militar, como eles fizeram. Mas de uma coisa ele tem certeza: não vai encorajar seu filho, de 1 ano e 7 meses, a se tornar a terceira geração de soldados da família.

Terceiro maior

O alemão Tim Ruppelt, soldado de 30 anos, serviu nove meses no Exército alemão porque foi obrigado, mas se alistou para os 12 anos seguintes porque quis. Rup­­pelt, então com 21 anos, ti­­nha um emprego sem futuro num armazém em sua cidade natal, Bremen, que ele deixou para prestar o serviço militar, compulsório na Ale­­manha.

Quando estava no sétimo mês do serviço militar, se deu conta de que gostou da camaradagem e do treinamento diário e ficou. "Era interessante. Cada dia havia algo diferente", diz Ruppelt, que agora é paramédico do Exército.

O contingente alemão no Afe­­ganistão, com 5 mil soldados, é o terceiro maior, depois do norte-americano e do britânico. Até agora, 53 soldados alemães morreram. Des­­de o início da guerra do Afeganis­­tão, a Otan e seus parceiros perderam 954 militares. "Eu acho que os alemães não têm muito orgulho de seus soldados que lutam no Afeganistão", diz Ruppelt. "Às vezes, eu acho que eles esqueceram onde estamos."

"Pelo que nossos soldados mor­­­­reram é, para mim, a questão mais difícil de responder. Talvez em alguns anos, quando o Afe­­ganistão for um lugar seguro, e o terrorismo tiver acabado e não houver mais problemas com a Al-Qaeda, então possamos olhar para trás e nos perguntar se a missão aqui foi um sucesso", diz o alemão.

Interatividade

Pelo que lutam os soldados estrangeiros que estão no Afeganistão?

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