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O presidente da Colômbia, o esquerdista Gustavo Petro, afirmou nesta segunda-feira (21) que o governo de Donald Trump revogou seu visto e, portanto, ele não pode mais viajar para os Estados Unidos.
"Não posso mais ir porque acho que tiraram meu visto. Eu não precisaria de visto, mas tudo bem. Já vi o Pato Donald várias vezes, então vou ver outras coisas", ironizou Petro durante uma reunião de gabinete realizada na Casa de Nariño, sede do Executivo colombiano.
Petro comentou sobre o visto durante pronunciamento para falar sobre o fato do ministro das Finanças, Germán Ávila, ter viajado a Washington para participar das reuniões de primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial (BM) esta semana.
O presidente colombiano não deu detalhes sobre os motivos pelos quais os Estados Unidos supostamente revogaram seu visto, mas, antes de comentar a situação, mencionou uma decisão recente da Suprema Corte americana, aparentemente relacionada à questão imigratória.
"Tenho que agradecer a um tribunal de justiça que pertence aos Estados Unidos, sua Suprema Corte, que defendeu a humanidade, a democracia e os fundamentos da República contra as teses jurídicas de Hitler e Mussolini", disse Petro.
O comentário do mandatário colombiano foi entendido como uma referência à decisão da Suprema Corte dos EUA no último sábado de suspender a expulsão de venezuelanos até novo aviso, após analisar recursos de emergência apresentados por uma organização que denuncia que o governo do presidente Donald Trump está tentando expulsar mais imigrantes para El Salvador.
"Aqui temos que nos preparar para as coisas", acrescentou Petro, que teve vários desentendimentos com o governo Trump sobre a questão migratória.
A mais recente foi após uma entrevista concedida à emissora Newsmax pela secretária de Segurança Interna dos EUA, Kristi Noem.
Nessa entrevista, Noem relatou que, durante seu encontro de 27 de março com Petro, em Bogotá, o presidente lhe disse que "os membros do Tren de Aragua são incompreendidos, que na realidade eram apenas pessoas que precisavam de mais amor e compreensão" e, segundo a autoridade americana, Petro também afirmou que alguns "membros do cartel eram seus amigos".
Petro respondeu que essas declarações "não são verdadeiras", o que atribuiu a um possível erro de tradução, embora tenha ressaltado que, quando perguntado por Noem o que achava do Trem de Aragua, respondeu que "na Colômbia, eram jovens excluídos pela migração forçada porque estavam vivendo bem na Venezuela".
Desde que assumiu a presidência colombiana em 2022, Petro fez várias viagens aos Estados Unidos para participar da Assembleia Geral da ONU em Nova York, se encontrar com Joe Biden, antecessor de Trump, ou participar de fóruns privados.
Se a versão de Petro for confirmada, ele será o segundo presidente colombiano em exercício a ter seu visto revogado pelo governo dos EUA.
Em meados de 1996, o país revogou o visto do então presidente colombiano Ernesto Samper (1994-1998) após relatos de que dinheiro de traficantes de drogas havia sido usado para sua campanha eleitoral.
