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Osama Hamdan (à direita), ao lado de Ghazi Hamad (à esquerda), ambos membros do comitê político do Hamas, durante entrevista coletiva em outubro do ano passado.
Osama Hamdan (à direita), ao lado de Ghazi Hamad (à esquerda), ambos membros do comitê político do Hamas, durante entrevista coletiva em outubro do ano passado.| Foto: EFE/EPA/WAEL HAMZEH

O grupo terrorista Hamas, que controla a Faixa de Gaza, afirmou nesta terça-feira (5) que não aceitará realizar uma troca de prisioneiros com Israel antes de um cessar-fogo que ponha fim à ofensiva militar israelense no enclave palestino.

Os terroristas acusam Israel de “paralisar” as negociações mediadas pelo Egito e pelo Catar, que tentam alcançar novamente um acordo que combine uma pausa nos combates com a libertação dos reféns israelenses detidos em Gaza.

“Afirmamos as nossas condições para um cessar-fogo: retirada completa [das forças israelenses] do setor, o regresso das pessoas deslocadas às áreas de onde partiram, especialmente no norte, e o fornecimento de ajuda, alívio e reconstrução suficientes”, disse Osama Hamdan, um dos membros do comitê político do grupo terrorista palestino em entrevista coletiva em Beirute, capital do Líbano.

Israel deve concordar com as condições impostas e paralisar a ofensiva em Gaza se quiser continuar negociando a libertação dos reféns, pontuou Hamdan, segundo informações da CNN.

Conforme noticiou a emissora americana, as declarações de Hamdan foram uma resposta mais direta a uma proposta apresentada ao Hamas pelo Egito e pelo Catar na semana passada. A proposta de “cessar-fogo temporário” apresentada pelos países mediadores, segundo informações da Agência EFE, previa a libertação de 40 reféns israelenses, incluindo mulheres, crianças e homens com mais de 60 anos, em troca da libertação de 404 prisioneiros palestinos que estão nas prisões israelenses. Ela estabelecia uma trégua de 40 dias, período no qual as partes negociariam os termos de um cessar-fogo permanente.

As negociações por este acordo estão enfrentando diversas dificuldades neste momento. Uma delas é que a Jihad Islâmica Palestina, o outro grupo terrorista que atua em Gaza e que também controla reféns, ainda não enviou representantes ao Egito para negociar o acordo. Além disso, conforme informou a agência EFE, há divergências sobre a lista de reféns que poderiam ser libertados, justamente porque o único grupo terrorista que negocia no Cairo neste momento é o Hamas e ele não pode fornecer todos os nomes dos reféns, uma vez que alguns deles estão sob controle de outros grupos palestinos.

A outra dificuldade enfrentada é a falta de representantes israelenses. O país não enviou uma delegação ao Cairo porque, de acordo com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, uma equipe de negociação seria mandada à capital egípcia apenas se o Hamas divulgasse a lista de reféns que ainda estão vivos desde o sequestro do dia 7 de outubro do ano passado, quando mais de 250 pessoas foram levadas em cativeiro.

Os terroristas do Hamas calculam em 70 o número de reféns mortos “pelos bombardeios israelenses”, embora Israel só tenha confirmado a morte de cerca de 30 dos 130 que ainda se encontram dentro do território palestino.

Enquanto isso, o presidente dos EUA, Joe Biden, disse, conforme veiculou a CNN, que um potencial cessar-fogo estava “nas mãos do Hamas” e que “os israelenses têm cooperado”.

Biden voltou a falar nesta terça-feira sobre a necessidade de uma trégua no enclave palestino. “Precisamos de um cessar-fogo”, afirmou o presidente americano, acrescentando que a oferta apresentada pelos países mediadores é “racional”.

O governo Biden quer garantir um cessar-fogo em Gaza antes da realização do Ramadã, que inicia neste domingo (10). Os americanos, segundo a CNN, temem que qualquer pressão militar de Israel durante o mês sagrado dos muçulmanos agrave ainda mais a situação e a tensão no Oriente Médio.

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