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Guerra no Oriente Médio

Hamas utiliza armas da Coreia do Norte, China, Rússia e Irã na guerra contra Israel, diz agência

Soldados do Hamas: grupo pode abrir precedente para que outras organizações terroristas manipulem o Direito Internacional.
Segundo um levantamento da AP, grupo terrorista Hamas está fazendo o uso de armas de vários países (Foto: Divulgação/Forças de Defesa de Israel)

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O grupo terrorista palestino Hamas tem usado um arsenal diversificado de armas provenientes de países como a Coreia do Norte, a China, a Rússia e o Irã, na sua guerra contra Israel, segundo uma análise feita pela agência Associated Press (AP), publicada na segunda-feira (15).

A AP diz que para chegar a essa conclusão analisou mais de 150 vídeos e imagens que foram capturadas durante os combates em Gaza, que começaram logo após os ataques terroristas do Hamas contra Israel em outubro de 2023, que resultaram na morte de 1,2 mil pessoas no território israelense.

Os resultados da análise feita pela agência identificaram as características e marcas que indicam que essas armas são de origem dos países citados.

Entre as armas que estão nas mãos dos terroristas em Gaza estão fuzis de precisão iranianos, fuzis AK-47 chineses e russos, granadas lançadas por foguetes norte-coreanas e búlgaras, e foguetes antitanques fabricados de forma “artesanal” dentro do enclave palestino.

A agência de notícias americana disse que não está “claro” se tais armas foram fornecidas diretamente pelos governos dos países citados ou adquiridas no mercado ilegal. No entanto, o que ficou evidente é que muitas dessas armas parecem serem novas, o que pode indicar que o Hamas encontrou formas de obtê-las recentemente, mesmo estando sob um bloqueio imposto por Israel e pelo Egito.

Segundo a agência, essas armas podem ter entrado no enclave palestino por meio de barcos, túneis ou escondidas em remessas de alimentos e outros itens.

Especialistas consultados pela AP reconheceram ainda durante a análise outras armas como o fuzil de precisão AM-50 Sayyad, fabricado no Irã, e diversos equipamentos militares da era soviética, que provavelmente foram reconstruídos no Irã e na China. Entre as armas encontradas também estão variantes dos mísseis antiaéreos 9M32 Strela, de origem russa.

N.R. Jenzen-Jones, especialista em armamento militar, disse à AP que a maioria das armas utilizadas pelo Hamas nesse momento têm origem chinesa, russa, iraniana e norte-coreana.

Um oficial do Exército israelense, que falou de forma anônima com a agência, disse que o grupo terrorista Hamas tem utilizado também na guerra uma combinação de armas “genéricas” que provavelmente foram contrabandeadas. Ele ainda pontuou que os terroristas fabricam armas de forma “artesanal” dentro do enclave com materiais civis de fácil acesso.

“Existe uma enorme indústria militar e de defesa na Faixa de Gaza”, disse.

Autoridades de Israel e de países do Ocidente apontam o Irã como um dos maiores financiadores do Hamas. As Forças de Defesa de Israel (FDI) afirmam que o país islâmico fornece há bastante tempo dinheiro, treinamento e armas para o grupo terrorista palestino. Além do Hamas, a Jihad Islâmica Palestina, outro grupo terrorista que atua no enclave, também recebe o apoio iraniano.

A Rússia ainda mantém relações com o Hamas, tendo inclusive recebido uma delegação do gabinete político do grupo terrorista no final de outubro, mês em que Israel foi alvo dos ataques dos palestinos. O país comandado por Vladimir Putin ainda não condenou diretamente o grupo terrorista que governa Gaza desde 2007 pelos ataques do dia 7 de outubro, no entanto, já criticou por diversas vezes a contraofensiva israelense em Gaza.

Essa também não é a primeira vez que surgem acusações de armas chinesas sendo utilizadas em conflitos recentes. Em julho do ano passado, uma investigação realizada pelo jornal Político, apontou que o país asiático estava enviando secretamente armas para a Rússia utilizar em sua invasão ao território ucraniano. O número dos equipamentos militares enviadas para Moscou por meio de empresas de fachada era tão alto que dava para equipar um exército inteiro, de acordo com a investigação.

Também no começo deste mês, uma reportagem realizada por um emissora israelense revelou que as Forças de Defesa de Israel teriam encontrado um esconderijo “gigante” de armas fabricadas na China que poderiam estar sendo usadas pelos terroristas do Hamas em Gaza em sua guerra contra o exército israelense.

Seul já havia alertado sobre armas norte-coreanas em Gaza

Apesar de Pyongyang negar que tenha negociado equipamentos militares com o grupo palestino, a inteligência de Seul pôde identificar em Gaza o uso de lançadores de granadas antitanques que são produzidos no país que vive sob o regime de Kim Jong-un.

O serviço de inteligência sul-coreano já suspeitava que o Hamas estava utilizando armas norte-coreanas desde outubro, quando ocorreram os ataques terroristas contra Israel.

Além do Hamas, a Coreia do Norte também é acusada de fornecer armas para a Rússia usar na sua invasão à Ucrânia. No ano passado, Kim e Putin se encontraram para, segundo informações de agências internacionais, negociar a troca de armas e munições por equipamentos de tecnologia militar.

No começo deste mês, os ucranianos confirmaram o uso de mísseis norte-coreanos em seu território. A Coreia do Sul também chegou a afirmar, inclusive, que a Ucrânia está sendo utilizada como um “local de testes” das armas produzidas pelo regime de Kim.

Ghazi Hamad, porta-voz do Hamas, admitiu em uma entrevista concedida à AP que seu grupo está em busca de armas, apoio político e dinheiro em todos os lugares, mas não quis explicar especificamente quem tem fornecido suas armas ou como elas chegaram em Gaza.

Mesmo com o uso de armas do exterior, os terroristas seguem tendo baixas em seu contingente. Desde o início da guerra no Oriente Médio, os militares israelenses disseram ter matado ou capturado cerca de 8 a 9 mil terroristas do grupo palestino. Tal informação foi repassada pelo porta-voz militar de Israel, Daniel Hagari, à emissora americana NBC News.

A ofensiva israelense em Gaza tem como objetivo principal eliminar o Hamas e resgatar os demais reféns que estão sob controle do grupo terrorista. Autoridades de Israel afirmam que cerca de 132 pessoas ainda estão sendo mantidas em cativeiro pelo Hamas, sendo que 27 delas já podem estar mortas.

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