O presidente eleito da França, François Hollande, será empossado na próxima terça-feira e viajará para Berlim logo depois para se encontrar com a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, em busca de apoio à sua proposta para solucionar a crise de dívida da zona do euro.
A proposta de cortes, defendida pela Alemanha, tem encontrado forte resistência da população da maioria dos países europeus , que derrubaram pelo voto seus governantes (veja box ao lado).
A reunião entre Hollande e Merkel dará sinais sobre até onde os dois líderes estão prontos a ir para conciliar suas diferentes abordagens e restaurar a confiança na zona do euro.
Hollande baseou sua campanha na mudança da resposta do bloco europeu para a profunda crise de dívida soberana e desde o início afirmou que pediria a renegociação do tratado fiscal assinado pelos líderes europeus no ano passado, com o objetivo de impulsionar a economia e criar empregos. Já Merkel e seu governo, temerosos sobre a resistência popular na Alemanha, deixou claro nas últimas semanas que não afrouxará as exigências de austeridade.
Analistas apostam que os dois líderes encontrarão um terreno comum e apontam para o histórico compromisso entre a França e a Alemanha, frequentemente entre políticos de partidos com posições divergentes. "É absolutamente crucial para a França continuar o mais perto possível da Alemanha e continuar com o euro", afirmou Eric Chaney, economista-chefe do AXA Group.
Hollande e Sarkozy concordaram em transferir o poder no dia 15 de maio, mas hoje o presidente eleito já poderá ser visto em um papel oficial. Ele participará de cerimônias de memória nacional para celebrar o fim da Segunda Guerra Mundial na Europa, junto com Sarkozy.
Alguns dias depois da posse Hollande viajará para os EUA, para se reunir com o presidente Barack Obama antes da cúpula do G-8, marcada para os dias 18 e 19 de maio, em Camp David. Dali ele irá para Chicago nos dias 20 e 21 de maio para anunciar aos aliados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) que a França vai retirar seus 3,4 mil soldados do Afeganistão até o fim deste ano, em vez de 2013 como planejado atualmente.
