
O presidente francês, François Hollande, disse ontem, à margem da cúpula da Otan em Chicago, que não quer "brigar" durante o Conselho Europeu informal, marcado para amanhã, em Bruxelas, e destacou que "todas as ideias serão bem recebidas".
"Não estou preparando este conselho informal com o governo pensando em conflito, pelo contrário, tenho a ideia de dar à Europa a dimensão do crescimento que lhe falta até agora", declarou Hollande à imprensa em Chicago.
"Tudo vai estar sobre a mesa (...) e poderemos discutir todas as propostas que apresentarem sobre crescimento, todos os instrumentos, todas as orientações, e todas as ideias serão bem recebidas", acrescentou.
O presidente francês precisou que a questão dos "eurobônus", que provoca ceticismo na chanceler alemã, Angela Merkel, e no presidente espanhol, Mariano Rajoy, "não será o único tema" de debate. "Da mesma maneira que falo dos eurobônus, é legítimo que os alemães falem de reformas estruturais", disse Hollande.
Pesquisa
Pouco mais que a metade da população francesa aprova Hollande, indicou uma pesquisa divulgada, sugerindo que não lhe foi concedido um período de graça pós-eleição.
Hollande, que derrotou o antecessor Nicolas Sarkozy no segundo turno de 6 de maio, herdou um país com uma taxa de desemprego de quase 10% e o desafio de reduzir a dívida em meio ao baixo crescimento econômico.
A pesquisa sobre a popularidade do presidente, feita pelo instituto Ipsos entre três e quatro dias depois do juramento de Hollande em 15 de maio, indicou que 53% dos pesquisados aprovavam suas ações até aquele momento, enquanto 27% expressaram opiniões críticas.
O primeiro-ministro de Hollande, Jean-Marc Ayrault, obteve um índice de aprovação de 50%.
Em termos de comparação, Sarkozy desfrutava de uma taxa de aprovação de 64% duas semanas depois de sua eleição em 2007, com 24% de opiniões negativas, e seu primeiro-ministro, François Fillon, tinha 60% de aprovação.
Hollande, que prometeu na noite da eleição poucas comemorações, tem o desafio de convencer parceiros europeus a encontrar estímulo ao crescimento econômico e não as medidas de austeridade, conforme prevê o pacote da União Europeia para combater o déficit público.



