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Crise

Honduras agora é problema da OEA, diz Lula

Presidente brasileiro volta a acusar o governo hondurenho de golpista e pressiona pela volta de Zelaya ao poder

Zelaya com sua mãe, Hortencia Rosales, a esposa, Xiomara, e sogra, Olga Doris Sarmiento: apoio da família | Orlando Sierra/AFP
Zelaya com sua mãe, Hortencia Rosales, a esposa, Xiomara, e sogra, Olga Doris Sarmiento: apoio da família (Foto: Orlando Sierra/AFP)
O presidente interino, Roberto Micheletti, cumprimenta soldados em Tegucigalpa: regime reforça militarismo |

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O presidente interino, Roberto Micheletti, cumprimenta soldados em Tegucigalpa: regime reforça militarismo

Bruxelas - O presidente deposto de Honduras, José Manuel Zelaya, e a crise político-institucional no país são agora um problema da Organização dos Estados Ame­ricanos (OEA), afirmou ontem o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, à véspera da chegada do secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza, e de uma missão oficial da organização ao território hondurenho.

"Honduras agora é problema da OEA. Eu não discuto mais Honduras", afirmou, ao chegar de um jantar com o primeiro-ministro da Bélgica, Herman Van Rompuy.

Depois de participar da reunião do Comitê Olímpico In­­ternacional (COI), em Co­­penhague, quando o Rio de Janeiro foi escolhido como cidade-sede dos jogos de 2016, Lula viajou para a Bélgica, onde cumpre uma visita de chefe de Estado. De Bruxelas segue para Esto­colmo, na Suécia.

Com Zelaya há duas semanas refugiado na Embaixada do Brasil em Tegucigalpa, o governo Lula foi arrastado para o centro da crise hondurenha. No entanto, o presidente – que em mais de uma oportunidade criticou duramente o governo de fato de Honduras, qualificando-o de "golpista" – espera agora que a OEA possa levar adiante uma negociação que ponha fim à crise política.

O ministro das Relações Ex­­teriores, Celso Amorim, avaliou que o clima está mais favorável a uma negociação, considerando a permissão para a entrada da missão da OEA, proibida de chegar ao país em uma tentativa anterior. "Espero que se possa comprovar agora o que nós vínhamos dizendo, e outros também, que a presença do presidente Zelaya é um fator para que se saia dessa estagnação em que nada acontecia", defendeu Amorim. "Está tudo caminhando para o sentido que desejamos."

O ministro disse, ainda, que a tensão em Tegucigalpa já diminuiu e "nada acontece na embaixada brasileira". "Não há um ato de violência que possa ser atribuído aos zelaístas", garantiu, acrescentando que houve apenas um "entusiasmo natural" nas manifestações iniciais do presidente deposto por finalmente ter conseguido voltar a seu país. Na verdade, diplomatas brasileiras chegaram a conversar com Zelaya, pedindo moderação nas suas declarações, já que ele estava usando espaço nas rádios locais para convocar manifestantes a resistir ao governo de fato.

Nas ruas de Tegucigalpa, os protestos pela volta de Zelaya são mantidos, apesar do estado de sítio decretado pelo governo interino.

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