
O chanceler brasileiro, Antonio Patriota, elogiou ontem a assinatura do acordo que permitiu o retorno do ex-presidente Manuel Zelaya a Honduras e afirmou que, na próxima semana, o país deve ser reintegrado à Organização dos Estados Americanos (OEA).
O país está suspenso da OEA desde julho de 2009, quando um golpe derrubou o então presidente do país, Manuel Zelaya. Segundo Patriota, a situação de Honduras será tratada em assembleia extraordinária da organização, na semana que vem. "Isso deverá selar a reincorporação de Honduras ao convívio interamericano e internacional", disse o ministro.
O Brasil foi convidado para ir a Tegucigalpa acompanhar o retorno de Zelaya, previsto para amanhã. O assessor especial de Assuntos Internacionais da Presidência, Marco Aurélio Garcia, vai representar o governo brasileiro.
"Vou lá simplesmente acompanhar essa missão de funcionários latino-americanos, e com isso celebrar o acordo pelo qual estamos lutando há tanto tempo. Acho que em seguida Honduras será reintegrada à OEA", afirmou Garcia.
Exílio
Zelaya retorna a Tegucigalpa depois de um exílio de 16 meses na República Dominicana, para voltar a viver em seu país natal. Dessa forma, Zelaya rechaçou a versão de simpatizantes, segundo os quais o ex-líder voltará a Honduras neste sábado apenas por dois dias.
"Retorno no sábado para minha pátria, a que me viu nascer, não por uma semana nem por 24 horas, como se disse erradamente, mas sim pelo resto de minha vida", afirmou Zelaya em mensagem enviada a seguidores. "Não tenho medo dos riscos e adversidades."
Segurança
O presidente do Comitê de Direitos Humanos do país e amigo de Zelaya, Andrés Pavón, anunciou na última quarta-feira que o ex-presidente voltará para uma sondagem, que duraria somente um dia ou pouco mais, para logo depois voltar para a República Dominicana. O motivo seria confirmar se há "garantia para segurança pessoal prometida pelas autoridades". A volta de Zelaya é prevista pelo Acordo de Cartagena das Índias, firmado no domingo pelo presidente hondurenho, Porfirio Lobo, e pelos presidentes da Colômbia, Juan Manuel Santos, e da Venezuela, Hugo Chávez.
Com o acordo, ficou aberto o caminho para a repatriação de Zelaya e o retorno de Honduras para a OEA.



