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Manifestantes saem às ruas de Hong Kong em um dos maiores protestos da história da região
Manifestantes saem às ruas de Hong Kong em um dos maiores protestos da história da região| Foto: Dale de la Rey/AFP

Centenas de milhares de pessoas saíram às ruas na manhã deste domingo (9) em uma das maiores manifestações da história de Hong Kong para protestar contra uma proposta de lei do governo que permitiria a tribunais locais autorizarem pedidos de extradição da China continental.

Apesar do calor e da possibilidade de chuvas, uma multidão compareceu à passeata, em cenas que lembraram o movimento Occupy Central, em 2014, e outra grande manifestação de 2003 que forçou o arquivamento de uma polêmica proposta apoiada por Pequim que previa leis de segurança nacional mais severas.

Pouco após a meia-noite no horário local, momento em que expirou a permissão do governo para o protesto, centenas de manifestantes entraram em confronto com a polícia ao tentar continuar a manifestação no prédio legislativo de Hong Kong. Policiais utilizaram spray de pimenta para dispersar o grupo.

A polícia diz que participaram do evento cerca de 240 mil pessoas, mas os organizadores da Frente Civil de Direitos Humanos estimam a multidão em mais de um milhão, o que tornaria a manifestação a maior da história de Hong Kong.

Manifestante levanta cartaz em protesto contra o projeto que autorizaria extradições para a China
Manifestante levanta cartaz em protesto contra o projeto que autorizaria extradições para a China| Philip Fong/AFP

Críticos do projeto de lei, grupo que inclui muitos membros da comunidade legal e jurídica da cidade, dizem que a medida está sendo apressada no legislativo de Hong Kong, região que detém uma semi-autonomia do governo chinês a partir de um acordo assinado em 1997 com o Reino Unido. Para eles, as novas regras dariam às autoridades chinesas o poder de extraditar opositores políticos sem a supervisão local.

A cidade tem sido abalada desde 2016 pela crescente entrada de forças de segurança chinesas, que removeram editores de publicações dissidentes e executivos de empresas da região sem seguir os procedimentos legais de extradição.

Duas décadas depois da sua volta ao controle chinês, a antiga colônia britânica também viu as liberdades eleitoral e de imprensa serem reduzidas. A lei de extradição, segundo uma ampla fatia das comunidades jurídicas, empresariais e sem fins lucrativos de Hong Kong, seria um golpe mortal na autonomia política da cidade.

Horas antes do início da marcha de domingo, o governo de Hong Kong disse que a medida proposta “de forma alguma impactaria, interferiria ou teria um efeito inibidor sobre a liberdade de reunião, de imprensa, de expressão, de liberdade acadêmica ou de publicação; ou se está relacionada a crimes de natureza política”.

Garantias teriam sido incorporadas ao sistema judicial de Hong Kong, que opera “livre de qualquer interferência”, disse o governo em comunicado.

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