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Hospital Al Shifa
Prédio principal do complexo hospitalar Al Shifa, no norte da Faixa de Gaza. Fotografado em 2011.| Foto: Reprodução/Wikimedia/Dar Al Shifa Hospital

Os hospitais Al Shifa e Al Quds, na região norte da Faixa de Gaza, comunicaram neste domingo (12) que estão interrompendo suas operações enquanto Israel busca abater terroristas do Hamas nas imediações.

As equipes médicas reclamam da falta de combustível para geradores e escassez de medicamentos. Israel diz que o Hamas tem centros de operações no subsolo e nas proximidades dos prédios hospitalares, e que o acesso a essas instalações subterrâneas é crucial para a libertação dos mais de 200 reféns raptados durante o ataque de 7 de outubro. As instalações usariam também a infraestrutura de energia elétrica do hospital. Para a National Review, está claro que o objetivo do Hamas é usar os civis como escudo para ganhar a simpatia da imprensa internacional.

O porta-voz militar israelense Daniel Hagari disse que as Forças de Defesa ajudariam na evacuação de 45 bebês no Al Shifa. Ashraf Al-Qidra, porta-voz do Ministério da Saúde de Gaza, que é ligado ao Hamas, disse que três dos bebês morreram e acusou os adversários de guerra de "aterrorizar a equipe médica e os civis". Circularam imagens de bebês postos em leitos para adultos, fora de suas incubadoras. O grupo terrorista contabiliza os civis mortos em mais de 11 mil.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que o hospital recusou combustível ofertado.

Tommaso Della Longa, que fala pela Federação Internacional da Cruz Vermelha, reclamou que "o hospital Al Quds foi isolado do mundo nos últimos seis a sete dias. Ninguém entra, ninguém sai".

A agência Reuters noticiou que cerca de 80 caminhões contendo insumos entraram em Gaza através da fronteira com o Egito na tarde de domingo. A Jordânia também entrega ajuda pela via aérea.

De acordo com as Convenções de Genebra, "hospitais só perdem sua proteção em circustâncias específicas — por exemplo, se um hospital está sendo usado como uma base militar da qual ataques são lançados, como depósito de armas ou como esconderijo para combatentes ou soldados não incapacitados" por ferimentos, explicou o Comitê Internacional da Cruz Vermelha. As regras também estabelecem que avisos devem ser feitos antes de ataques a hospitais que se encaixem nessas exceções. Israel tem declarado que faz esses avisos.

Um dos problemas da situação é que "não há nenhum lugar em Gaza que possa acomodar o número de pacientes na nossa unidade de tratamento intensivo adulta ou neonatal, ou das nossas salas de cirurgia", explicou o diretor do Al-Shifa, Muhammad Abu Salima, no mês passado para o New York Times. "É impossível evacuar o hospital". Além dos bebês, um paciente adulto de UTI teria morrido neste domingo.

"Este é o ponto da empreitada do Hamas, é claro", comentou no início do mês Noah Rothman, articulista sênior da National Review. "Ele não busca nem quer esvaziar esse prédio. Esses corpos são valiosos para o Hamas justamente porque podem se tornar dano colateral. E o resto do mundo está disposto a entrar no jogo do Hamas".

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