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Pessoa faz teste rápido de Covid-19 em centro móvel de testes na Times Square, em Nova York (EUA), 27 de julho
Pessoa faz teste rápido de Covid-19 em centro móvel de testes na Times Square, em Nova York (EUA), 27 de julho| Foto: EFE/EPA/JUSTIN LANE

As hospitalizações causadas por Covid-19 continuam a aumentar em várias regiões dos Estados Unidos, em surtos atribuídos à circulação da variante delta do coronavírus, que é mais transmissível, e aos baixos índices de vacinação em algumas regiões, especialmente nos estados do sul do país.

Autoridades de saúde já descreveram o atual momento nos EUA como uma "pandemia de não vacinados". De acordo com dados recentes dos Centros para Prevenção e Controle de Doenças (CDC) dos EUA, menos de 0,01% dos indivíduos vacinados tiveram uma infecção por coronavírus que resultou em hospitalização ou morte. As vacinas contra Covid-19 estão há meses disponíveis gratuitamente para a população com mais de 12 anos no país.

No sábado (7), os EUA ultrapassaram a média de 100 mil novos casos diários, uma marca que não tinha sido atingida desde o final do ano passado. As autoridades do país temem que as infecções, hospitalizações e mortes por Covid-19 continuem a aumentar caso mais americanos não sejam vacinados, e fizeram apelos à população para que se imunizem. Até o momento, cerca de 50% dos residentes dos EUA receberam doses completas de uma vacina contra o coronavírus e mais de 70% dos adultos já receberam pelo menos uma dose.

As mortes causadas pelo coronavírus têm aumentado em um ritmo menor do que o de casos nos EUA, em parte porque 80% dos americanos com 65 anos ou mais, que são mais vulneráveis à doença, já foram totalmente imunizados - um índice mais alto do que o da vacinação entre os mais jovens.

O estado da Lousiana é um dos líderes em novos casos da doença, enquanto registra uma das taxas mais baixas de vacinação nos EUA. Com 37% da população totalmente vacinada, Lousiana tem cerca de 2.400 pacientes internados com Covid, mais de 90% dos quais não foram vacinados. Na semana passada, 108 pessoas morreram da infecção no estado do sul.

O coronavírus está causando preocupação também na Flórida, que registrou o seu maior número de novos casos diários desde o início da pandemia. Os hospitais do estado começam a sentir a pressão, com mais de 83% dos leitos ocupados.

A média móvel de 7 dias de casos de Covid-19 na Flórida ultrapassou a marca registrada no pico da pandemia
A média móvel de 7 dias de casos de Covid-19 na Flórida ultrapassou a marca registrada no pico da pandemia| Reprodução / Worldometers

Pacientes de Covid-19 ocupam atualmente cerca de 19% dos leitos de UTI em todo o país; na Flórida, essa ocupação é de quase 44%, segundo a NPR.

No Alabama, que tem o menor índice de vacinação nos EUA, com cerca de 35% da população completamente imunizada, as internações também aumentaram - na vasta maioria dos casos, os pacientes não foram vacinados. Na sexta-feira, autoridades de saúde do estado anunciaram que mais de 93% dos leitos de UTI estão ocupados.

As autoridades de saúde do Alabama informaram nesta segunda-feira que 65 mil doses de vacinas contra o coronavírus que passaram do prazo de validade foram descartadas, devido à baixa demanda pelos imunizantes no estado.

Infecções em vacinados

Dados divulgados recentemente pelo CDC demonstram a efetividade das vacinas para evitar casos graves e mortes pela Covid-19.

Segundou o órgão, até 2 de agosto houve 7.525 casos de Covid-19 entre vacinados que precisaram de hospitalização; desses, 1.507 resultaram em morte. Naquele momento, mais de 164 milhões de americanos já haviam sido vacinados contra a doença.

Com relação à severidade da doença, menos de 0,004% das pessoas que foram totalmente vacinadas precisaram ser internadas por causa da infecção, e menos de 0,001% delas morreu de Covid-19.

A maioria dos contágios entre vacinados ocorreu nas pessoas com 65 anos ou mais (cerca de 74%).

"Casos de infecção entre vacinados são esperados. As vacinas contra Covid-19 são eficazes e são uma ferramenta fundamental para controlar a pandemia", afirmou o CDC. "No entanto, nenhuma vacina é 100% eficaz para prevenir a doença em vacinados. Haverá uma pequena porcentagem de pessoas completamente vacinadas que ficará doente, será hospitalizada ou morrerá por Covid-19", afirmou o órgão, que também relatou que há evidências de que a vacinação torna a doença menos severa no caso de quem se infecta mesmo vacinado.

Variante delta

A variante delta do coronavírus, que foi primeiro detectada na Índia, é mais contagiosa e tem levado autoridades pelo mundo a reforçar ou a retomar medidas de combate à pandemia.

Classificada como uma "variante de preocupação" pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a delta tem se espalhado rapidamente pelo mundo e se tornou uma ameaça em regiões onde a vacinação contra a Covid-19 ainda é baixa.

Estima-se que a variante delta seja cerca de duas vezes mais contagiosa do que a versão original do Sars-CoV-2 e que as pessoas infectadas pela delta tenham uma carga viral mil vezes maior, o que facilita a sua transmissão.

As vacinas usadas atualmente contra o coronavírus demonstram ser capazes de combater essa variante. Apesar disso, segundo o CDC, a delta é capaz de causar um número maior de infecções entre pessoas que foram totalmente vacinadas do que as outras versões do vírus. No entanto, essas infecções tendem a ser assintomáticas ou leves.

Para o CDC, embora as infecções de vacinados pela delta ocorram em números baixos, os imunizados que contraem o vírus podem ter uma carga viral no nariz e na garganta similar à de pessoas não vacinadas que foram infectadas. Por isso, as autoridades americanas recomendaram o uso de máscaras mesmo para vacinados em locais fechados nas regiões onde a circulação do vírus está em alta.

Segundo especialistas, máscaras de proteção bem ajustadas, especialmente as do tipo PFF, conferem o mesmo nível de proteção contra a delta em relação às outras variantes.

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