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Corrida presidencial

Imigrantes ocupam o centro da disputa presidencial na França

Sarkozy defende redução do número de estrangeiros que chegam ao país. Hollande propõe direito a voto aos imigrantes legais

O socialista Francois Hollande defende direitos de cidadania a estrangeiros legais no país | Benoit Tessier/Reuters
O socialista Francois Hollande defende direitos de cidadania a estrangeiros legais no país (Foto: Benoit Tessier/Reuters)
O presidente Sarkozy culpa os imigrantes pelo déficit público e aumento do desemprego |

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O presidente Sarkozy culpa os imigrantes pelo déficit público e aumento do desemprego

O debate sobre a imigração colocou ontem em campos opostos os dois rivais na disputa à Presidência da Fran­­ça, o atual presidente Nicolas Sarkozy e o socialista François Hollande, em distintos eventos de campanha.

Enquanto Sarkozy, candidato à reeleição, afirmou que a França não pode "continuar recebendo tantos estrangeiros" e disse querer reduzir para a metade o número dos que chegam, Hollande propôs o direito a voto a qualquer estrangeiro que more legalmente no país há cinco anos.

Hoje, apenas estrangeiros de países da União Europeia têm direito de votar nas eleições municipais francesas.

De maneiras distintas, ambos buscam cortejar os cerca de 6,4 milhões de eleitores de extrema direita, que votaram em Marine Le Pen (Frente Nacional) no primeiro turno e podem definir o segundo turno, em 6 de maio.

Hollande afirmou que ouve a "ansiedade" e a "raiva" do eleitorado provocada pelo alto desemprego e as perspectivas econômicas ruins para a Europa – alguma das maiores preocupações dos franceses.

"O homem que vocês gostariam de ter como o candidato do ‘trabalho real’ tem sido na verdade o candidato do ‘desemprego real’ por cinco anos", afirmou Hollande em comício no norte da França, região que sofreu com a desindustrialização – e onde a votação de Le Pen superou a de Sarkozy.

O desemprego na França atingiu o nível mais alto em 12 anos, chegando a 9,4% no quarto trimestre de 2011.

O socialista afirmou também que pretende "reorientar" a política europeia, criticando os resultados do direcionamento dado à região por Sarkozy e a chanceler (premiê) alemã, Angela Merkel.

Sarkozy apelou ao mesmo eleitorado explorando sua preocupação de que a identidade nacional francesa pode estar sob ameaça e voltou a defender o aumento de controles fronteiriços.

"Essas não são ideias da direita, muito menos da extrema direita. São ideias baseadas no bom senso", disse em comício ao sul de Paris.

O presidente relacionou o déficit público francês à presença de imigrantes que, segundo ele, vêm para a França apenas para receber benefícios. "Alguns ganham mais não trabalhando do que outros ganham trabalhando."

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