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Meio ambiente

Impasse marca início de encontro do clima

Divergências entre os países ameaçam a renovação do Protocolo de Kyoto, pacto que estabelece metas para reduzir a emissão de poluentes

Grupo africano de defesa do meio ambiente protesta em frente do local onde está sendo realizada a conferência do clima, em Durban | Siphiwe Sibeko/Reuters
Grupo africano de defesa do meio ambiente protesta em frente do local onde está sendo realizada a conferência do clima, em Durban (Foto: Siphiwe Sibeko/Reuters)

As negociações das Nações Unidas sobre as mudanças climáticas tiveram início ontem em Durban, África do Sul, em meio a indícios de um aprofundamento do abismo político sobre como conter as emissões de carbono.

No topo da agenda está o destino do Protocolo de Kyoto, o único pacto global com metas para conter as emissões de gases causadores do efeito estufa, cuja primeira etapa de compromissos expira no fim de 2012. Também se espera que a conferência leve adiante um "Fundo Climático Verde" com vistas a destinar US$ 100 bilhões até 2020 a países expostos a seca, inundações, tempestades e mares em elevação, o que cientistas preveem que vão piorar este século.

Mas o humor nas negociações tem sido azedado por divisões sobre como dividir o fardo de corte das emissões, enquanto as nuvens negras de uma crise econômica global lançam uma sombra sobre o fundo climático.

A chefe climática da ONU, Christiana Figueres, alertou que as negociações precisavam ur­­gente­­mente ganhar a confiança pública. "Esta conferência precisa reassegurar a todos aqueles que já sofreram e a todos aqueles que ainda vão sofrer com as mudanças climáticas de que uma ação tangível está sendo tomada para um futuro melhor", afirmou.

Segundo analistas e negociadores, estão em campo as divisões no âmbito da Convenção da ONU sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC), contrapondo ricos e pobres, ricos contra ricos e pobres contra pobres. "Esta é uma das conferências mais imprevisíveis", disse Tasneem Essop, do Fundo Mundial para a Natureza (WWF) Internacional.

Cortes

As nações ricas que participam do Protocolo de Kyoto estão empacadas em demandas para renovar seu compromisso de corte de emissões depois de 2012. Eles argumentam que tal medida seria um disparate uma vez que os dois principais emissores – a China, que enquanto país em desenvolvimento não tem metas específicas previstas no tratado, e os EUA, que se recusaram a ratificá-lo em 2001 – não estão submetidos a restrições similares.

Em um comunicado, o bloco de 132 países em desenvolvimento atacou alguns países ricos "que insistem em posições inflexíveis que tornam bem difícil fazer um avanço real". No entanto, também há rachas neste bloco. Países que são os mais pobres e mais vulneráveis temem que os chamados países Basic – Brasil, África do Sul, Índia e China – que hoje são grandes emissores – queiram retardar um pacto global até 2020.

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