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O clima na Síria é de incerteza e apreensão diante da ofensiva em Aleppo, capital financeira do país. O jornal pró-governo al-Watan classificou os confrontos na cidade como a "mãe de todas as batalhas", enquanto rebeldes se preparam para enfrentar as tropas do presidente Bashar al-Assad. Nesta sexta-feira, a ONU acusou o governo sírio de executar opositores e fez um novo alerta sobre a situação no país.

Segundo a rede al-Arabiya, entre 1.500 e 2.000 homens já chegaram em Aleppo para reforçar o opositor Exército Livre da Síria. No total, combatentes rebeldes na cidade devem somar 4.000. Desde quinta-feira, dissidentes tentam estocar mais armas e suprimentos médicos. Em um dos bairros de Aleppo, rebeldes estariam recolhendo até doações de sangue.

Enquanto isso, a Sana, agência de notícias estatal síria, acusou grupos terroristas armados de sequestrar civis em Aleppo e de "estar preparando um novo massacre contra os sírios".

Pela manhã, a alta comissária da ONU para direitos humanos, Navi Pillay, pediu para os dois lados do conflito pouparem os civis ao expressar preocupação pela "possibilidade de um enorme e iminente confronto" em Aleppo. Horas antes, os EUA tinham expressado também apreensão com a situação na maior cidade síria.

"Nossa preocupação é esta: ver um massacre em Aleppo, como o regime dá a impressão de estar preparando", disse a porta-voz do Departamento de Estado americano, Victoria Nuland, depois de explicar que Washington recebeu relatos de que tanques estão sendo deslocados para a cidade na Síria.

No campo diplomático, alguns atores já parecem fazer contagem regressiva para a saída de Assad de poder. Nesta sexta-feira, foi a vez do ex-chefe da missão da ONU na Síria, Robert Mood, dizer que a queda do regime é "uma questão de tempo".

Execução casa por casa

A ONU acusou nesta sexta-feira o regime sírio de executar dissidentes um a um, casa por casa, de destruir zonas tomadas pela oposição sem nenhuma preocupação com a população local. Pillay ainda afirmou ter recebido relatos ainda não confirmados de atrocidades, como execuções e francoatiradores mirando em civis. A alta comissária ainda disse acreditar que crimes contra a Humanidade e crimes de guerra "foram cometidos e continuam a ser cometidos" na Síria.

Diante de uma comunidade internacional marcada pela inação na Síria, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, aproveitou uma cerimônia para lembrar o massacre de Srebrenica, na Bósnia, em 1995, e alertar mais uma vez sobre as atrocidades na Síria. Ban pediu para o mundo se lembrar da guerra nos Bálcãs, no início dos anos 90, e aprender com os erros do passado.

"Não quero ver meus sucessores, daqui a 20 anos, visitando a Síria e pedindo desculpas por tudo que poderíamos ter feito agora para proteger os civis sírios, o que não estamos fazendo agora", disse Ban.

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