![Incêndio e tumulto são registrados em presídio para dissidentes políticos no Irã Vídeos postados nas redes sociais mostraram fogo e uma grande nuvem de fumaça na unidade; tiros foram ouvidos e forças especiais iranianas foram enviadas para a região](https://media.gazetadopovo.com.br/2022/10/15201203/evin-960x540.jpg)
Um incêndio foi registrado neste sábado (15) na prisão de Evin, no norte da capital iraniana, Teerã, num momento em que o país enfrenta grandes protestos devido à morte de uma jovem por “uso inadequado” do hijab (véu islâmico).
Vídeos postados nas redes sociais mostraram fogo e uma grande nuvem de fumaça na unidade, onde são encarcerados dissidentes políticos e que é conhecida pelas violações a direitos humanos dos presos. Relatos também publicados nas mídias sociais destacaram que tiros foram ouvidos e forças especiais iranianas foram enviadas para a região.
A agência de notícias estatal Irna informou que os “tumultos e confrontos” foram causados por um grupo de detentos de uma ala “onde bandidos e desordeiros estão encarcerados e resultaram em um incêndio no armazém de roupas da prisão; as forças de segurança da unidade e bombeiros apagaram o fogo”.
Agnes Callamard, secretária-geral da Anistia Internacional, pediu moderação das autoridades iranianas na resposta ao tumulto. “A notória prisão de Evin, no Irã, está em chamas e tiros foram ouvidos [na região]. Deve ser algo assustador. Enfatizamos que as autoridades têm a obrigação legal de respeitar e proteger a vida e o bem-estar de todos os presos”, escreveu no Twitter.
A Irna apontou que a promotoria de Teerã “reiterou que os confrontos dentro da prisão de Evin neste sábado não têm nada a ver com os recentes distúrbios no país”.
O Irã vive uma onda de manifestações desde a morte de Mahsa Amini, uma jovem de 22 anos da cidade curda de Saqez que morreu em 16 de setembro em Teerã após ser presa e agredida por policiais por “uso inadequado” do hijab.
O regime iraniano restringiu a internet e vem reprimindo violentamente os protestos. Segundo a ONG Iran Human Rights, sediada na Noruega, mais de 200 pessoas já foram mortas pelas forças de segurança nessas manifestações.
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