
Healesville - Autoridades em busca de respostas para a tragédia humana resultante dos piores incêndios florestais da história da Austrália pretendem repensar as regras que permitem aos moradores decidirem se devem ou não abandonar suas casas mesmo numa situação de ameaça iminente.
Funcionários do governo defenderam os preparativos e as ações tomadas durante os incêndios que devastaram parte do sudeste da Austrália no decorrer do último fim de semana. De acordo com eles, as condições climáticas eram tão extremas que era praticamente impossível evitar a catástrofe.
No entanto, eles concordavam que algumas regras teriam de ser revistas para impedir que um desastre desse porte se repita, entre elas a que permite aos moradores decidirem se devem ou não deixar suas residências mesmo em situações de alto risco.
O número oficial de mortos na tragédia chegou ontem a 181, mas o primeiro-ministro do estado australiano de Victoria, John Brumby, disse que o instituto local de medicina legal identificou mais 50 corpos que ainda não entraram na contagem formal. "Este número é significativo. O número de mortes passará de 200", lamentou o chefe de governo regional. Suspeitas de que pelo menos parte dos cerca de 400 focos de incêndio teve origem criminosa levaram a polícia a declarar algumas cidades devastadas como "cenas de crime".
Os incêndios perto de Melbourne, segunda maior cidade da Austrália, com quatro milhões de habitantes, destruíram mais de mil casas, deixaram 5 mil pessoas desabrigadas e queimaram 2.850 km2 de terra.



