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Estado de emergência

Indígenas peruanos declaram insurgência e desafiam o governo

Leis que violam a propriedade das terras onde vivem os índios são motivo de questionamento. Nativos da região realizam paralisação há várias semanas

Líder indígena Alberto Pizango (dir.) diz que os indíos radicalizarão seus protestos em busca da revogação de várias leis | Jaime Razuri / AFP Photo
Líder indígena Alberto Pizango (dir.) diz que os indíos radicalizarão seus protestos em busca da revogação de várias leis (Foto: Jaime Razuri / AFP Photo)

Indígenas do Peru se declararam nesta sexta-feira (15) em insurgência e desafiaram o governo de Alan García, que decretou estado de emergência em regiões amazônicas onde há protestos que afetam o fornecimento de materiais a empresas de petróleo.

O presidente da entidade que agrupa os indígenas da selva peruana, Alberto Pizango, disse a jornalistas que os índios radicalizarão seus protestos em busca da revogação de várias leis que, segundo eles, violam a propriedade das terras onde vivem, ricas em recursos como gás e petróleo.

"Insurgência significa desobedecer, desconhecer a autoridade de Alan García, apesar do estado de emergência", disse Pizango. "O Estado nos priva de nossos territórios, e responsabilizamos o governo pelo que puder acontecer."

Há várias semanas os nativos de diversas comunidades da selva realizam uma paralisação, o que levou o governo a decretar estado de emergência no fim de semana nas regiões de Amazonas, Loreto, Ucayali e Cusco. A medida permite que os militares assumam o controle dessas áreas.

Tentando estimular investimentos estrangeiros, o governo decretou em meados do ano passado uma série de medidas destinadas a facilitar a compra de terras das comunidades amazônicas por grandes empresas, o que motivou uma forte reação dos povos nativos.

Uma fonte do setor petrolífero disse à Reuters que há até 41 embarcações de diversas empresas bloqueadas por indígenas em rios da região.

A argentina Pluspetrol, a francesa Perenco e a espanhola Repsol-YPF, entre outras, operam na Amazônia peruana.

Grupos que defendem os direitos dos indígenas querem que o governo priorize o cuidado ao meio ambiente e às comunidades, e rejeitam as concessões a empresas petrolíferas na Amazônia.

O Peru firmou em abril 13 contratos de prospecção e exploração de petróleo e gás, correspondentes a 2008, e para este ano espera leiloar ao menos outros 12 lotes.

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