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O presidente da Argentina, Alberto Fernández
O presidente da Argentina, Alberto Fernández| Foto: EFE/Enrique Garcia Medina

A elevada inflação argentina acelerou em janeiro, alimentando a incerteza sobre a sua evolução futura e as reais chances do governo de conseguir uma desaceleração no ritmo vertiginoso dos preços ao consumidor neste ano.

O Instituto Nacional de Estatística e Censos informou nesta terça-feira (14) que os preços ao consumidor aumentaram 98,8% em janeiro no acumulado em 12 meses, quatro pontos percentuais acima do que dezembro do ano passado.

Do mesmo modo, no primeiro mês do ano o aumento foi de 6%, mostrando uma aceleração em comparação com a taxa de 5,1% do mês anterior.

Entre os aumentos registrados em janeiro, destaque para a subida de 6,8% em alimentos e bebidas, um número preocupante devido ao impacto no custo da cesta básica, um indicador crucial para medir a indigência.

Segundo consultores privados, a aceleração da inflação foi mais forte nas primeiras três semanas de janeiro, enquanto na última mostrou uma certa estabilização.

O comportamento dos preços em janeiro faz soar o alarme em um país que no ano passado acumulou uma inflação de 94,8%, a mais elevada das últimas três décadas e com uma aceleração notável em relação aos 50,9% registrados em 2021.

O governo argentino, que passará por uma eleição neste ano, em que a economia é uma das questões centrais para os eleitores, mantém metas para abrandar a inflação para 60% ao ano, um desafio que os economistas privados consideram difícil de superar.

De fato, as previsões privadas mais recentes recebidas mensalmente pelo Banco Central indicam que a inflação em 2023 será de 97,6%.

“O objetivo de alcançar um número que começa com três [dígitos de inflação] a curto prazo é mais um desejo do gabinete econômico do que uma possibilidade concreta”, disse a consultora LCG, que observou que o número de janeiro é “desencorajador” após alguns meses em que os aumentos de preços estavam sendo corrigidos para baixo.

Mas o ministro da Economia, Sergio Massa, ratificou o seu compromisso de “baixar a inflação” e questionou aqueles que “jogam” fazendo o “ricochete” dos preços em janeiro parecer uma “frustração”.

“É um problema para o bolso dos argentinos, sem dúvida. E para nós, além da raiva que pode dar, é um desafio que impõe a necessidade de continuar a tomar medidas”, disse Massa na segunda-feira, ao anunciar um novo acordo de preços para a carne bovina, cujo valor disparou no último mês.

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