Teerã - A Guarda Revolucionária do Irã afirmou ontem que poderia fechar "facilmente e "por tempo indeterminado o estreito de Hormuz, crucial para o transporte de petróleo, com seus novos armamentos de longo alcance.
A declaração do general Mohammad Ali Jafari, que reforça ameaças anteriores de bloqueio, não detalhou sob quais circunstâncias o fechamento de Hormuz aconteceria. Pelo estreito, que liga o golfo Pérsico ao golfo de Omã, passam 40% das exportações mundiais de petróleo.
A ameaça coincide com a expectativa da resposta iraniana à última proposta feito pelo Grupo dos Seis as cinco potências do Conselho de Segurança da ONU mais a Alemanha para que Teerã suspenda o seu programa de enriquecimento de urânio em troca do fim das sanções comerciais pela ONU.
O representante do Irã na Agência Internacional de Energia Atômica, Saeed Jalili, e o responsável pela diplomacia da União Européia, Javier Solana, conversaram por telefone, ontem, num diálogo considerado inconclusivo por funcionários do bloco europeu.
Teerã deve dar uma resposta por escrito hoje, detalhando sua contraproposta e pedindo a continuidade das negociações. Os EUA, que têm mantido sobre a mesa a ameaça de atacar instalações nucleares iranianas, voltaram a defender novas sanções, caso Teerã recuse a oferta.
Divisão
O endurecimento divide o Grupo dos Seis. Desde 2006, o Conselho de Segurança da ONU já adotou três rodadas de sanções ao Irã. Rússia e China, que têm poder de veto na ONU, se opõem a novas restrições.
O Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP) permite que o Irã enriqueça urânio, mas Teerã é acusada pelo Ocidente de ter um programa secreto para produzir a bomba atômica.
No sábado, o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, afirmou que o país não abriria mão de seus direitos nucleares, mas manteve uma posição dúbia sobre um possível acordo: "Participaremos de qualquer negociação e diálogo sobre questões que consolidem nossos direitos nucleares.



