
Teerã - O Irã dará um passo importante em seu programa nuclear ao colocar em funcionamento, hoje, sua primeira central para a produção de energia nuclear. A central de Bushehr, no sul do país, foi construída com ajuda da Rússia e funcionará com urânio enriquecido provido pelos russos, responsáveis por recolher o combustível usado e levá-lo de volta a Moscou.
Desse modo, espera-se que ele não possa ser usado pelo Irã para construir armas atômicas. Como Bushehr deve ser monitorada pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), não contribuirá, segundo especialistas, para a proliferação de armas nucleares.
Ela também não tem relação com o programa iraniano de enriquecimento de urânio principal fonte de preocupação do Ocidente e motivo das sanções impostas ao Irã pela ONU (com apoio russo) e, unilateralmente, por EUA e União Europeia.
O projeto começou em 1974, foi suspenso após a Revolução Islâmica (1979) e em 1995 passou a contar com o envolvimento russo. Custou estimado US$ 1 bilhão e representa para o Irã o domínio de mais uma etapa de conhecimento nuclear, indo além do processo de enriquecimento de urânio feito em centrífugas de usinas como Natanz e Qom.
O Ocidente que acusa Teerã de buscar a bomba atômica não tentou impedir o funcionamento de Bushehr, mas criticou o envolvimento russo no projeto.
Autoridades russas e iranianas dizem que a planta tem uso unicamente civil. Ainda assim, críticos mais linha-dura do Irã dizem que a planta desrespeita as sanções da ONU e pode ajudar na suposta busca iraniana por armas atômicas.



