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O Irã jamais irá suspender sua atividade nuclear e espera que os Estados Unidos mudem a abordagem "falha" para tentar solucionar a questão atômica com Teerã, disse o Ministério das Relações Exteriores iraniano nesta segunda-feira.

O presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, disse no domingo que está disposto a oferecer incentivos econômicos ao Irã para que a República Islâmica suspenda seu programa nuclear, considerado por Washington uma maneira de produzir bombas. Mas Obama avisou também que, caso o Irã recusa as ofertas, as sanções podem ficar mais pesadas.

"Quando eles se prenderem à sua visão antiga, sobre a suspensão do enriquecimento de urânio, nossa resposta será: O Irã nunca vai suspender o enriquecimento de urânio", disse Hassan Qashqavi, porta-voz do ministério, a repórteres.

O governo norte-americano, que cortou relações diplomáticas com o Irã em 1979 -- quando a revolução derrubou o xá apoiado pelos Estados Unidos -- tem se esforçado para isolar o Irã devido a seu programa nuclear.

O Irã, que é o quarto maior produtor de petróleo do mundo, insiste que deseja aperfeiçoar sua tecnologia nuclear para gerar eletricidade e, assim, separar suas reservas de petróleo e gás para as exportações.

O enriquecimento de urânio é a parte do programa iraniano que mais preocupa o Ocidente, já que, caso continue a ser enriquecido, o urânio pode se tornar matéria-prima para uma bomba, além de servir de combustível para usinas de energia.

"Se o novo ponto de vista deles (Washington) é acabar com as preocupações sobre a atividade nuclear do Irã, estamos prontos para isso. Mas nossa nova expectativa é que eles reconheçam o nosso direito de ter tecnologia nuclear."

Durante um debate presidencial contra o ex-rival John McCain, em outubro, Obama afirmou que seu governo iria trabalhar para restringir as exportações de gasolina para o Irã, que não pode produzir combustível refinado suficiente para atender à demanda doméstica e tem de importar uma parte.

Falando no domingo, Obama declarou a uma rede de TV norte-americana: "Estamos dispostos a negociar com eles diretamente e dar a eles uma escolha clara para deixá-los determinar se querem seguir o caminho mais difícil ou o mais fácil".

"Quando falam de mudança, todo mundo espera uma política nova, que envolva algo muito diferente do que o presidente (George W.) Bush seguia", disse Qashqavi, acrescentando que todo mundo deve "esperar e ver" a abordagem que Obama assumirá no poder.

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