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O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, disse na sexta-feira que o apoio da China às novas sanções da ONU contra o seu país não afetam as relações bilaterais, mas criticou Pequim e outras potências nucleares por quererem supostamente monopolizar essa tecnologia.

Durante visita a Xangai, Ahmadinejad voltou a minimizar a importância da resolução aprovada nesta semana pelo Conselho de Segurança da ONU, que ele qualificou como "um pedaço de papel sem valor".

Questionado sobre o voto favorável da China, que poderia ter vetado as sanções, Ahmadinejad salientou a força das relações bilaterais. A China compra bilhões de barris de petróleo iraniano por ano, e, junto com a Rússia, exigiu que as sanções fossem mais brandas do que desejava o Ocidente.

"Não há razão para controlar ou enfraquecer a relação (com a China). O principal problema são os Estados Unidos", disse ele em entrevista coletiva na Exposição Mundial em Xangai.

"O governo dos EUA está abusando do poder no Conselho de Segurança (da ONU) a fim de impor sua hegemonia a outras nações", disse o presidente, por meio de um intérprete.

A resolução inclui várias empresas e bancos do Irã numa lista negra e estabelece um regime de fiscalização para cargas e transações bancárias.

Ahmadinejad foi a Xangai para o "dia do Irã" na Exposição Mundial. China e Irã dizem que essa é a única motivação da visita.

O presidente iraniano fez elogios à China, mas também reservou uma crítica indireta ao dizer que "cinco membros (do Conselho de Segurança) têm poder de veto, bombas nucleares e energia nuclear em sua companhia, e querem monopolizar essa tecnologia para si próprios".

Esses cinco países são EUA, Grã-Bretanha, França, Rússia e China.

Ahmadinejad prometeu não suspender a cooperação do seu país com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA, um órgão da ONU), pois "não temos problema com nosso programa nuclear pacífico".

Ele também agradeceu Brasil e Turquia, que teriam apresentado uma "nova frente de países independentes" na recente negociação de um acordo de intercâmbio de material nuclear para Teerã.

Descontentes com o fato de grandes potências terem ignorado esse acordo e levado adiante a discussão das sanções, Brasil e Turquia votaram contra a resolução no Conselho de Segurança.

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