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Irã diz ter pacote de propostas para questão nuclear

Anúncio foi feito pelo presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad. EUA insistem para que Teerã desista do seu programa

Hillary Clinton deixou claro que os EUA não desistirão da pressão para que o Irã abandone o enriquecimento de urânio | Jonathan Ernst / Reuters
Hillary Clinton deixou claro que os EUA não desistirão da pressão para que o Irã abandone o enriquecimento de urânio (Foto: Jonathan Ernst / Reuters)

O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, disse nesta quarta-feira (15) que seu país preparou novas propostas para acabar com o impasse em torno do seu programa nuclear, enquanto Washington insiste que não vai abandonar a exigência de que Teerã desista do seu programa de enriquecimento de urânio.

A secretária norte-americana de Estado, Hillary Clinton, disse que as seis potências envolvidas nas negociações ainda não têm uma resposta de Teerã a respeito da retomada do diálogo nuclear, e que ela não viu "nenhum tipo de proposta" por parte da República Islâmica.

"Preparamos um pacote que pode ser a base para resolver o problema nuclear do Irã. Será oferecido em breve ao Ocidente", disse Ahmadinejad em discurso na província de Kerman (sudeste), transmitido pela TV.

Estados Unidos, Rússia, China, França, Grã-Bretanha e Alemanha disseram na semana passada que pediriam ao chefe da diplomacia da União Europeia, Javier Solana, que convidasse o Irã para um encontro destinado a encontrar uma "solução diplomática para esta questão crítica".

A decisão marcou uma reviravolta na política dos EUA em relação ao que ocorria no governo de George W. Bush, que evitava contatos diretos com Teerã.

O Ocidente suspeita que o Irã tente desenvolver armas atômicas, algo que o país nega, alegando que seu objetivo é apenas gerar eletricidade para fins civis.

O governo de Barack Obama diz que aceita se reunir com o Irã "sem pré-condições", mas Hillary, que se reuniu nesta quarta-feira com Solana em Washington, deixou claro que os EUA não desistirão da pressão para que o Irã abandone o enriquecimento de urânio.

"Não retiramos nem acrescentamos quaisquer condições", disse ela. "Mantemo-nos com as sanções já implementadas, e buscaremos novas formas de ampliar a ação coletiva."

Na segunda-feira, o Irã saudou o diálogo "construtivo" com as seis potências mundiais, no sinal mais explícito até agora de que o país aceitaria um convite para negociar.

Não está claro se a contraoferta iraniana seria essencialmente diferente das propostas anteriores. Ahmadinejad não entrou em detalhes sobre o novo pacote, mas disse que o mundo não poderia ser governado pelo "uso da força".

"Este novo pacote vai garantir a paz e a justiça para o mundo. Ele respeita os direitos de todas as nações", afirmou.

Em 2006, as seis potências ofereceram benefícios políticos e econômicos para que o Irã suspendesse o enriquecimento. Teerã sinalizou alguma flexibilidade, mas descartou que a suspensão do enriquecimento fosse uma pré-condição.

Salientando a intenção iraniana de manter seu programa nuclear, Ahmadinejad inaugurou em 9 de abril sua primeira fábrica de combustível atômico. Na ocasião, o presidente afirmou que o país agora dominava todo o ciclo do combustível nuclear - que pode servir para usinas nucleares civis, mas também para a fabricação de armas.

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