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O Irã e a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) afirmaram nesta quinta-feira que os dois dias de negociações sobre a proposta iraniana para dar maior transparência ao seu programa nuclear produziram avanços, em um processo continuará nas próximas semanas.

O Irã prometeu elaborar um "plano de ação" para responder às suspeitas das potências ocidentais sobre o programa nuclear do país, que serviria de fachada para tentar desenvolver uma bomba atômica. O governo iraniano diz que o programa visa exclusivamente a geração de eletricidade.

A AIEA, ligada à Organização das Nações Unidas (ONU), afirmou que não pode garantir que as intenções do Irã sejam pacíficas até haver respostas para várias dúvidas sobre o programa.

"Fizemos encontros sérios e produtivos. Essas negociações visavam determinar configurações para resolvermos questões importantes. Conseguimos realizar um progresso construtivo e positivo", afirmou em uma entrevista coletiva Javad Vaeedi, vice-negociador do Irã para questões nucleares e chefe da delegação iraniana.

Na mesma entrevista, o vice-diretor da AIEA, Olli Heinonen, falou em "bons resultados". Segundo ele, as duas partes tinham chegado a um acordo sobre quatro de cinco pontos discutidos. Não foram divulgados mais detalhes.

O Irã e a agência da ONU devem se reunir novamente nas próximas semanas. Uma importante autoridade iraniana do setor nuclear afirmou a repórteres que um novo encontro acontecerá "em breve", mas não citou nenhuma data.

Questionado sobre a possibilidade de resolver as questões mais prementes, Heinonen respondeu: "Talvez não amanhã, mas dentro de um período razoável de tempo podemos ser capazes de resolver as questões pendentes".

Diplomatas dizem que os EUA e seus aliados da União Européia (UE) vêem na oferta de transparência feita pelo Irã uma eventual tentativa de ganhar tempo e evitar novas sanções da ONU.

O organismo internacional já impôs duas séries de sanções ao país islâmico devido ao fato de ele não ter suspendido o programa de enriquecimento de urânio. Uma terceira série de sanções vem sendo estudada.

A AIEA deseja ouvir explicações sobre os traços de urânio altamente enriquecido -que podem ser usados na fabricação de bombas- encontrados em alguns equipamentos do Irã.

E também quer ter mais informações sobre os experimentos com plutônio e sobre a situação das pesquisas com centrífugas avançadas, capazes de enriquecer o urânio três vezes mais rapidamente do que as máquinas usadas atualmente pelo país.

Por fim, a AIEA deseja saber mais sobre documentos mostrando como modelar metal de urânio para fabricar uma ogiva nuclear.

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