Teerã - O Irã enforcou ontem dois ativistas que, segundo o governo, são membros de um grupo exilado e haviam participado de protestos contra os resultados da contestada eleição presidencial de 2009. As execuções ocorreram apesar dos apelos dos Estados Unidos pela libertação da dupla.
As execuções foram as primeiras divulgadas de enforcamentos de manifestantes que foram às ruas do país após a reeleição do presidente Mahmoud Ahmadinejad, em junho de 2009. Para a oposição, a eleição foi fraudada.
Um escritório da promotoria de Teerã identificou a dupla como Jafar Kazemi e Mohammad Ali Hajaghaei. Não foi informado o local das execuções.
"Dois elementos do grupo Monafeghin (hipócritas) chamados Jafar Kazemi...e Mohammad Ali Hajaghaei...foram executados no início [do dia] de hoje [ontem]", disse o escritório da promotoria em seu site, referindo-se ao grupo iraniano no exílio Mujahedin do Povo do Irã (PMOI).
Em 10 de agosto, a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, pediu que as autoridades iranianas libertassem os dois ativistas. O PMOI, porém, está na lista de Washington de organizações estrangeiras terroristas. A União Europeia retirou o grupo de sua lista de organizações terroristas estrangeiras em 2009.
A eleição presidencial de 2009 gerou grandes manifestações contra o regime, em Teerã e em algumas outras cidades iranianas. Dezenas de manifestantes foram mortos, centenas se feriram e milhares acabaram presos pelas forças de segurança.



