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O semanário satírico optou por apoiar homens e mulheres iranianos que se manifestam no país e infligir uma “surra nos mulás (homens muçulmanos)”, conforme descreveram nos destaques do periódico.
O semanário satírico optou por apoiar homens e mulheres iranianos que se manifestam no país e infligir uma “surra nos mulás (homens muçulmanos)”, conforme descreveram nos destaques do periódico.| Foto: Charlie Hebdo

A República Islâmica do Irã anunciou nesta quinta-feira (5) o fechamento do reconhecido Instituto Francês de Pesquisa no Irã (IFRI, na sigla em francês), após a publicação pelo semanário satírico francês Charlie Hebdo de charges consideradas ofensivas ao líder supremo iraniano, Ali Khamenei.

Para a edição especial de 7 de janeiro, aniversário do ataque ao Charlie Hebdo em 2015, o semanário satírico optou por apoiar homens e mulheres iranianos que se manifestam no país e infligir uma "surra nos mulás (homens muçulmanos)", conforme descreveram nos destaques do periódico.

Em 8 de dezembro, o perfil da Charlie Hebdo anunciou um concurso internacional para produzir caricaturas de Khamenei. Foram enviadas 300 artes e, apenas, 35 entraram na edição final. Segundo o editor da revista, o objetivo da campanha era apoiar “os homens e mulheres iranianos que arriscam as suas vidas para defender a sua liberdade contra a teocracia que os oprime desde 1979″.

“A competição #MullahsGetOut foi uma forma de lembrar que as razões pelas quais os cartunistas e editores de Charlie foram assassinados oito anos atrás infelizmente ainda são válidas”, escreveu o perfil da revista.

O Irã alertou Paris na quarta-feira (4) que reagiria após a publicação de caricaturas "insultuosas" do aiatolá. "O ministério está encerrando as atividades do IFRI como um primeiro passo" na resposta iraniana às caricaturas, disse um comunicado do Ministério das Relações Exteriores do Irã. De acordo com o site do instituto site, o IFRI é afiliado ao Ministério das Relações Exteriores da França. O instituto foi fundado em 1983 após a fusão da Delegação Arqueológica Francesa no Irã, criada em 1897, e do Instituto Francês de Iranologia em Teerã, fundado em 1947 por Henry Corbin.

O IFRI, localizado no centro de Teerã, ficou fechado por muitos anos. Reabriu sob a presidência do moderado Hassan Rouhani (2013-2021) como sinal do aquecimento das relações entre a França e o Irã. O instituto possui uma rica biblioteca, utilizada por estudantes de língua francesa e acadêmicos iranianos.

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