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Oriente Médio

Irã impõe condição para negociar com americanos sobre violência no Iraque

Chanceler diz que participará do esforço se os EUA anunciarem planos para retirada de tropas

O Irã irá conversar diretamente com os Estados Unidos sobre o Iraque somente se Washington anunciar planos para retirar suas tropas, disse o ministro do Exterior, Manouchehr Mottaki, no sábado.

Mottaki fez a declaração em resposta ao relatório do Grupo de Estudos para o Iraque divulgado nesta semana e que recomenda que Washington envolva o Irã e a Síria nos esforços de estabilização do Iraque.

O presidente dos EUA, George W. Bush, por sua vez, disse que só conversaria com o Irã se país islâmico suspendesse seu programa nuclear.

Em relação às conversas diretas com os EUA, "o primeiro passo e mais essencial... é que os Estados Unidos anunciem que eles decidiram se retirar do Iraque'', disse Mottaki a jornalistas em uma conferência de segurança, no Bahrein.

- O Irã está pronto para ajudar a administração a retirar suas tropas do Iraque - disse ele, acrescentando que seu país ainda não via "vontade política para tanto nos Estados Unidos.''

Washington disse que manterá as tropas no Iraque enquanto o governo iraquiano quiser.

O primeiro-ministro do Iraque, Niri Al-Maliki, disse no mês passado que as forças de seu país estariam aptas a assumir o comando da segurança até junho de 2007, o que permitiria o início da retirada das tropas dos EUA.

Autoridades dos EUA e do Iraque na conferência mostraram-se céticas em relação a uma eventual ajuda iraniana para a retirada das tropas americanas.

- Eu não sei como o Irã poderia ajudar os Estados Unidos a se retirarem do Iraque pacificamente. E os iraquianos? Ninguém perguntou o que eles acham - disse Saadoun Dulaimi, conselheiro de Maliki.

Washington acusa Irã e Síria de colaborar para uma piora nos conflitos no Iraque, cerca de quatro anos depois da invasão liderada pelos EUA que derrubou o regime de Saddam Hussein.

- A maior ajuda que o Irã poderia dar seria parar o que está fazendo no Iraque agora - disse à Reuters uma importante autoridade militar dos EUA, que pediu para não ser identificada.

- Os iranianos são bons jogadores de xadrez... e eles vão encontrar uma maneira de prolongar seu esforço para ajudar a minar a credibilidade dos Estados Unidos, ganhar mais influência e possivelmente trabalhar em seu programa nuclear - afirmou.

A secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice, sugeriu que Teerã exigiria algo em troca de sua ajuda no Iraque, provavelmente em relação a seu programa nuclear, que o Ocidente teme ter como finalidade a fabricação de armas atômicas.

Neste sábado, o presidente iraniano anunciou novo passo no programa nuclear. O primeiro-ministro de Israel pediu que medidas drásticas sejam tomadas contra o país.

Questionado se o Irã pediria concessões por ajudar na retirada dos EUA, Mottaki disse:

- Quando eles anunciarem que decidiram se retirar do Iraque, então nós vamos explicar como a região pode ajudar os americanos a se retirar.

O ministro do Exterior do Iraque, Hoshiyar Zebari, disse que a Síria ou o Irã exigiriam um retorno por qualquer ajuda que oferecessem aos Estados Unidos.

- Nenhum país chegaria e ofereceria bons serviços de graça. Qual é o preço? - disse ele.

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