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Bomba

Irã questiona vantagem de seguir regras de setor atômico

O Irã pediu à Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) que explicasse por que o governo iraniano deveria seguir os tratados internacionais sobre o setor nuclear quando recebe tão pouco em troca, afirmou nesta quarta-feira o presidente do país, Mahmoud Ahmadinejad.

O Irã é signatário do Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP), mas se queixa com frequência por não se beneficiar da promessa feita no acordo sobre o compartilhamento de tecnologia.

- Perguntamos a eles (à AIEA, agência ligada à Organização das Nações Unidas), e estamos esperando por uma resposta: O que eles nos deram em troca por cumprirmos nosso dever? Que tipo de ajuda eles nos deram? - perguntou a repórteres após se reunir com o presidente do Sudão em Teerã.

As declarações de Ahmadinejad foram feitas dois dias antes de Mohamed ElBaradei, chefe da AIEA, entregar ao Conselho de Segurança da ONU um importante relatório a respeito do Irã.

O país islâmico pode sofrer sanções a serem impostas pelo Conselho depois de não ter conseguido convencer a comunidade internacional de que seu programa de enriquecimento de urânio tem como objetivo apenas a produção de energia elétrica e não o desenvolvimento de armas atômicas.

Diplomatas do Ocidente argumentam que a exigência do Irã por compartilhamento de tecnologia, conforme prevê o TNP, não procede já que essa pretensão só faria sentido se houvesse certeza sobre o caráter pacífico do programa atômico iraniano.

Ahmadinejad repetiu sua opinião de que o Irã deveria repensar sua adesão ao tratado e sua cooperação com a AIEA se sentir que está sendo enganado.

- Esperamos que eles cumpram seus deveres e que tornem desnecessário que a República Islâmica do Irã tenha de repensar suas relações com eles - disse. - Nossos cientistas dominaram essa tecnologia com seus próprios cérebros, mentes e mãos - acrescentou.

Apesar de insistir que seu programa atômico é doméstico, o Irã aproveitou a experiência dos russos no setor e um mercado negro ligado ao pai da bomba nuclear paquistanesa, Abdul Qadeer Khan.

O governo iraniano rejeitou apelos da AIEA e do Conselho de Segurança para suspender seu programa de enriquecimento de urânio. Ahmadinejad ressaltou que esses dois órgãos não representavam necessariamente a lei:

- Eles deveriam saber que não podem impor quaisquer decisões sobre nós usando o nome da AIEA e do Conselho de Segurança da ONU, porque decisões ilegais não se tornam legítimas meramente porque se usou o nome da agência ou do Conselho de Segurança.

O Irã diz que segue o TNP. Mas se retirou do Protocolo Adicional do tratado, ao qual havia aderido voluntariamente e que permitia inspeções mais invasivas em suas instalações nucleares.

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