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Intolerância

Irã: religioso da comissão eleitoral rejeita mulheres presidenciáveis

Aiatolá Mohammad Yazdi, do Conselho de Guardiães da Revolução, disse que "a lei não permite que as mulheres sejam presidentes" no país

Um clérigo islâmico que é membro da comissão eleitoral do Irã disse nesta quinta-feira (16) que as mulheres não podem assumir a Presidência do país. A declaração é feita após 30 candidatas postularem se inscreverem para postular ao cargo no fim de semana.

Em entrevista à agência de notícias local Mehr, o aiatolá Mohammad Yazdi, do Conselho de Guardiães da Revolução, disse que "a lei não permite que as mulheres sejam presidentes" no Irã. Ele é um dos 12 membros do conselho de religiosos e jurisprudentes que têm poder de vetar os candidatos não aptos.

Na mesma entrevista, o clérigo criticou as candidatas, em especial as que prometeram aos eleitores aumentar a participação da mulher na vida pública. No país, as mulheres podem ser eleitas deputadas e fazer parte do governo, mas a Constituição estabelece que os presidentes devem ser homens.

A rejeição às candidatas mulheres, que são 4% dos postulantes à Presidência do Irã, está entre uma das formas de discriminação no país. Legalmente, elas são dependentes dos homens, o que torna impossível que cheguem ao cargo mais alto do Executivo por precisarem da permissão dos maridos.

Além disso, elas são obrigadas por lei a vestir em público roupas que as cubram da cabeça aos pés, com exceção do rosto e das mãos e, entre outras formas de dependência, precisam da permissão dos maridos ou tutores homens para ações legais e para viajar.

O processo de inscrição eleitoral no Irã foi no último fim de semana e contou com 686 candidatos. O número final de presidenciáveis será anunciado na próxima terça, em que são esperados menos de dez concorrentes à vaga hoje ocupada por Mahmoud Ahmadinejad.

Os principais candidatos são o ex-presidente Akbar Hashemi Rafsajani, apoiado por grupos pró-reforma na República Islâmica, o prefeito de Teerã Mohammad Bagdher Qalibaf e o ex-chanceler Ali Akbar Vejayati. O atual presidente defende a candidatura de um assessor seu, Esfandiar Rahim Mashaei.

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