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Tensão nuclear

Irã se diz aberto a negociação com os EUA, que exigem suspensão do programa atômico

O Irã disse na segunda-feira que levará a sério qualquer proposta oficial americana de negociação, refletindo o apelo de aliados dos americanos para que haja um contato direto com a República Islâmica.

Os Estados Unidos já responderam, por meio do porta-voz do Departamento de Estado, que diálogo só seria possível caso o Irã suspendesse seu programa de enriquecimento de urânio. E, falando a repórteres na Casa Branca, depois de se reunir com o primeiro-ministro de Israel, o presidente George W. Bush disse que o Irã terá de se submeter ao "isolamento econômico" se continuar com o programa.

- É muito importante para o mundo se unir para dizer aos iranianos: "se vocês quiserem ir em frente, vocês vão se isolar".

A agência France Presse obteve a informação, nesta segunda-feira, de que o Irã pedirá à Agência Internacional de Energia Atômica ajuda para "assistência técnica e financiamento para terminar e explorar um reator de água pesada em Arak", disse uma fonte ouvida pela agência.

O primeiro-ministro britânico, Tony Blair, deve pedir na segunda-feira que Síria e Irã participem dos esforços para conter a violência no Iraque e promover a paz no Oriente Médio como um todo. Ele fará um discurso à noite, mas trechos do texto já foram divulgados para a imprensa.

O premier da Austrália, John Howard, também aliado dos EUA, apoiou a proposta britânica.

- Se eles (os EUA) realmente querem conversar com o Irã, devem propor isso oficialmente, e o Irã então vai analisar - disse um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores.

O presidente dos EUA, George W. Bush, se reúne na segunda-feira com uma comissão bipartidária que estuda estratégias alternativas para o Iraque. A colaboração com Irã e Síria é defendida por alguns membros da comissão.

A idéia já havia sido rejeitada por Bush. Washington acusa Teerã de ajudar a insurgência iraquiana e de alimentar tensões sectárias no país vizinho, o que o regime iraniano nega.

Pouco antes, o porta-voz do governo iraniano, Gholamhossen Elham, disse que "uma guinada de 180 graus nas políticas da América seria um fato abençoado".

Ele não citou, porém, a questão do diálogo direto.

- Esperamos que os EUA reconsiderem suas políticas, deixem a região em paz, abandonem o belicismo e o apoio a grupos terroristas na região - disse Elham.

Teerã, que não tinha relações diplomáticas com Washington desde a Revolução Islâmica de 1979, sempre pede aos EUA que mude seu comportamento na região.

As negociações bilaterais pareceram possíveis em março, mas a idéia foi afastada no mês seguinte pelo presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, que as considerou desnecessárias.

No mês passado, a secretária americana de Estado, Condoleezza Rice, disse que seu país poderia discutir diretamente com Teerã a questão nuclear iraniana, mas só se antes a República Islâmica suspendesse suas atividades de enriquecimento de urânio, o que o Irã rejeita.

Novamente, porém, o presidente Mahmoud Ahmadinejad, disse nesta segunda-feira que Israel está fadado à destruição.

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