
Bushehr, Irã - Funcionários dos governos do Irã e da Rússia realizaram testes na primeira usina de energia nuclear iraniana, segundo relataram ontem funcionários do governo persa. Os testes representam um importante passo na direção do pleno funcionamento da usina, que há muito tempo preocupa os Estados Unidos e seus aliados sobre as ambições nucleares do Irã.
Ao mesmo tempo, Teerã declarou um aumento no número de centrífugas de enriquecimento de urânio para 6 mil, na comparação com 5 mil em funcionamento em novembro. O anúncio desafia a exigência da Organização das Nações Unidas (ONU) para que o país suspenda seu programa de enriquecimento de urânio em razão dos temores de que o combustível possa ser usado para a construção de ogivas nucleares. O Irã nega a acusação e afirma que o objetivo de seu programa nuclear é gerar eletricidade.
O ministro da Defesa de Israel, Ehud Barak, alertou que o tempo "escorre entre nossos dedos" para evitar que o Irã desenvolva uma bomba atômica. Ele pediu por "duras sanções" e uma "boa vontade a considerar outras opções" da parte da comunidade internacional se as sanções não obtiverem sucesso uma referência a ações militares contra o Irã.
A usina de energia na cidade portuária de Bushehr, sul do país, construída com ajuda da Rússia, deve ser a primeira de uma série de reatores do programa de geração de energia.
Não se sabe quanto tempo após os testes o reator começará a funcionar plenamente.
Os testes em Bushehr são feitos por computador e tem como objetivo assegurar que nenhum problema de funcionamento ocorra no futuro, quando urânio enriquecido for introduzido no reator. Segundo o chefe da agência nuclear russa, Sergei Kiriyenko, o grupo russo-iraniano está se "aproximando do estágio final" antes de a usina tornar-se operacional.
Corrida nuclear
Em Israel, o porta-voz do Ministério do Exterior, Yigal Palmor, disse mais cedo que os "iranianos estão mostrando novamente que estão fazendo progressos em sua corrida nuclear". "Isso deve ser entendido como uma notícia ruim para toda a comunidade internacional", disse Palmor, que pediu "passos imediatos e determinados com o objetivo de evitar que o Irã se torne uma potência nuclear".
O reator de Bushehr deveria ter começado a operar em 2008. Cerca de 700 engenheiros iranianos receberam treinamento na Rússia por quatro anos para operar a usina.
O projeto Bushehr é de 1974, quando o governo do xá Mohammed Reza Pahlavi, apoiado pelos Estados Unidos, assinou um acordo para a construção do reator com a empresa alemã Siemens.



