O Iraque anunciou neste domingo (9) que vai realizar no dia 31 de janeiro as longamente aguardadas eleições regionais, na medida em que as pesquisas de opinião mostram que os partidos religiosos aparentemente estão perdendo o apoio da população.
As eleições regionais, vistas por Washington como algo fundamental para alcançar a reconciliação nacional, vão ocorrer "em um dia em Bagdá e outras províncias", disse Qazim al-Abudi, diretor-administrativo do Alto Comitê Eleitoral do Iraque, para a AFP. "A campanha eleitoral vai começar no final deste mês ou no início do próximo mês e vai durar dois meses", acrescentou.
De acordo com uma pesquisa publicada por uma organização não-governamental do Iraque, a Associação Al-Amal, apenas 22,7% das 12 mil pessoas entrevistadas em 11 províncias disseram que vão votar para partidos ou blocos religiosos. A votação em candidatos independentes é considerada uma prioridade por 26,3% dos entrevistados, enquanto 23,7% disseram que vão selecionar blocos democráticos e seculares.
Na última eleição regional, realizada em dezembro de 2005, os partidos associados a grupos religiosos venceram todos os assentos nos conselhos, com exceção da região do curdos e de Kirkuk.
Washington defende que a eleição é crítica para consolidar o recente processo político do Iraque e reconciliar seus grupos étnicos profundamente divididos na seqüência da invasão liderada pelos EUA em 2003 - que levou ao fim do regime de Saddam Hussein executado posteriormente.
Originalmente, as eleições regionais haviam sido marcadas para 1 de outubro, mas foram adiadas porque o parlamento nacional teve dificuldade em aprovar uma lei eleitoral em virtude das preocupações relacionadas à disputa da província rica em petróleo, Kirkuk, no norte.
O pleito de janeiro será realizado em apenas 14 das 18 províncias do Iraque, depois que a nova lei excluiu Kirkuk e três províncias com maioria curda de Arbil, Dohuk e Sulaimaniyah. As eleições nas províncias de maioria curda não serão realizadas até depois de março de 2009 e o existente conselho multiconjunto vai continuar a administrar a província de Kirkuk.
A Associação Al-Amal disse que 58% das pessoas ouvidas esperam tomar parte nas eleições de janeiro, enquanto 19% disseram que não. O restante estava indeciso. Os potenciais eleitores disseram que eletricidade, água, alimentos, empregos e casas são as questões mais importantes, embora apenas 37% acreditem que o governo seja capaz de responder as suas necessidades, de acordo com a pesquisa. As informações são da Dow Jones.



