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A Irmandade Muçulmana anunciou nesta quarta-feira (30) que está liderando a primeira etapa das eleições parlamentares do Egito. De acordo com uma fonte do partido, os islamistas teriam conseguido cerca de 40% dos votos até agora. Em segundo e terceiro lugar estariam os salafistas e o partido liberal Bloco Egípcio, respectivamente.

Planejada para esta quarta, a divulgação do resultado oficial da primeira etapa das eleições foi adiada para quinta-feira (1º). Os votos ainda estão sendo contados em algumas áreas do país que participaram da votação e a Comissão Eleitoral também aguarda ainda os votos dos eleitores que vivem no Kuwait.

Segundo o jornal "al-Shorouk", os primeiros sinais indicam que o Partido da Justiça e da Liberdade (braço político da Irmandade Muçulmana) ganhou 47% dos votos no Cairo. O Partido da Justiça, menos expressivo que o braço político da Irmandade, disse que as previsões dos islamistas estão "muito enviesadas".

A porta-voz da legenda, Nora Soliman, afirmou que a Irmandade é forte em algumas áreas, mas que os números divulgados até agora são especulações "com objetivo de criar momentum para a segunda etapa" da votação.

Se confirmada e repetida nas outras duas etapas das eleições para a Câmara, que serão encerradas em janeiro, a vitória da Irmandade Muçulmana dará ao grupo um importante papel na próxima assembleia do Egito, encarregada de redigir a nova Constituição do país. Os militares disseram que terão o poder para escolher ou demitir um Gabinete até a eleição presidencial, mas o líder da Irmandade disse na terça-feira que a maioria no Parlamento deve formar o novo governo interino.

Apesar dos primeiros números não oficiais darem vitória à Irmandade Muçulmana, analistas dizem que é difícil prever o resultado final das eleições, já que muitos dos egípcios estão indo pela primeira vez às urnas. Milhões de egípcios participaram das primeiras eleições desde a queda do ditador Hosni Mubarak, surpreendendo até os militares que esperavam uma participação baixa nas urnas devido os protestos da semana passada na Praça Tahrir, no Cairo.

Tranquilidade

A votação transcorreu em clima de tranquilidade, mas novos confrontos irromperam na Praça Tahrir na noite de terça-feira. Pelo menos 80 pessoas ficaram feridas depois que jovens tentaram entrar na praça. Bombas de fabricação caseira foram lançadas contra os manifestantes que continuam acampados e houve disparos.

Entre os feridos, quase 30 foram levados para hospitais. Criticando as autoridades, o provável candidato à Presidência egípcia Mohamed ElBaradei escreveu no twitter que "bandidos estão atacando os manifestantes na Tahrir. Um regime que não pode proteger seus cidadãos é um regime que falha no cumprimento de suas funções básicas".

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