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Militares israelenses iniciaram a ofensiva terrestre em Gaza no último dia 27, com o objetivo de eliminar o grupo terrorista Hamas
Militares israelenses iniciaram a ofensiva terrestre em Gaza no último dia 27, com o objetivo de eliminar o grupo terrorista Hamas| Foto: EFE/EPA/ATEF SAFADI

O dia 7 de outubro mudou drasticamente a realidade de quem vive ou visita Israel, após o ataque realizado dentro do país pelo grupo terrorista palestino Hamas, que controla a Faixa de Gaza.

Naquele dia, o grupo islâmico realizou um ataque massivo por terra e ar em território israelense, que resultou na morte de mais de 1,4 mil pessoas, sendo a maioria civis, deixou 5 mil feridos e pelo menos 242 reféns, entre eles, dezenas de crianças e idosos que seguem desaparecidos.

No contexto dessa tragédia, se encontram alguns cidadãos brasileiros, que estavam no país no momento em que tudo começou. À Gazeta do Povo, a empresária Gabriella Caterinque Cohen, que possui dupla cidadania – brasileira e israelense -, contou que visitava os pais em Tel Aviv com o irmão, às vésperas de um feriado judaico, quando o conflito começou. O que era para ser um reencontro feliz para a família virou um momento de terror.

“Eu visitava minha família durante o feriado de Sucot, em Tel Aviv, quando tudo começou. Depois da chegada ao país, ainda fiquei duas semanas no meio da guerra e vi meu irmão, que também estava a passeio no país, ser convocado pelas Forças de Defesa (FDI)”, contou Gabriella, que nasceu em Israel e se mudou com a família para o Brasil aos cinco anos, durante a Segunda Intifada, um dos conflitos históricos entre o Estado de Israel e grupos palestinos, evento que também deixou milhares de mortos entre 2000 e 2005.

A brasileira relatou que seus pais, Yehuda e Lúcia Cohen, deixaram o Brasil em dezembro do ano passado, retornando a Israel duas décadas após a primeira saída, já que a situação se normalizou.

Ela e o irmão permaneceram no Brasil, mas planejaram a viagem a passeio durante as festas judaicas que acontecem em setembro e outubro. “A guerra foi uma surpresa para todo mundo, ninguém esperava por isso. Era feriado de Sucot e Shabbat, datas importantes no calendário judaico, nas quais todos param suas atividades para descansar e passar tempo com a família. Muitos soldados estavam em casa, com suas famílias, naquele momento. O Hamas aproveitou a fragilidade de um dia importante para atacar”, afirmou.

Gabriella explicou que conseguiu retornar para o Brasil porque já estava com a viagem de retorno marcada e a empresa pela qual viajou foi a única que não cancelou os voos naquele dia.

No entanto, seu irmão, Yoav Caterinque Cohen, foi convocado para atuar no Exército e hoje está em operação dentro de Gaza.

“Ele foi comigo visitar nossos pais. Como era reservista, foi convocado e agora está lá dentro de Gaza pela brigada de Givati, que combate o terrorismo, desde o dia 27, quando as operações terrestres foram iniciadas. Não temos contato com ele”, disse.

Além do irmão, a empresária contou que tem amigos que estão lutando por Israel nas fronteiras do Líbano e da Síria, onde a guerra segue de forma indireta por parte de milícias ligadas ao Eixo da Resistência, uma aliança informal liderada pelo Irã que rejeita a existência do Estado israelense. Ela tem outros familiares nascidos em Israel que permanecem no país em meio à guerra.

Os pais da empresária continuaram em Tel Aviv até conseguir comprar passagens para o Brasil, há poucos dias, em um voo comercial. Segundo ela, eles estão no Espírito Santo e aguardam o conflito acabar para voltarem para casa.

“Meus pais vieram para o Brasil até que a guerra acabe, em uma realidade temporária. É uma situação muito difícil, minha mãe está em pânico constantemente, desde que passou por tudo isso, ainda mais com meu irmão dentro de Gaza”, relatou.

No dia 27 de outubro, o Exército anunciou o início da nova fase do conflito para derrubada do Hamas, com a entrada oficial de militares dentro do território controlado pelo Hamas, onde os terroristas possuem túneis subterrâneos e utilizam civis como escudo humano para “driblar” a contraofensiva israelense.

A nova ação militar de Israel aumenta as tensões no Oriente Médio, onde reina o temor de uma escalada do conflito devido às atividades de outro grupo terrorista, o Hezbollah, e de grupos aliados do Irã na Síria e no Iêmen.

Na semana passada, o chefe do Hezbollah, Hassan Nasrallah, se reuniu com os principais líderes do Hamas e da Jihad Islâmica para discutirem um plano para conquistar a “vitória total” sobre o Estado de Israel.

Nasrallah afirmou nesta sexta-feira (3), em seu primeiro pronunciamento público desde o início da guerra, que um conflito mais amplo no Oriente Médio é uma “possibilidade realista”.

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