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A Irmandade Muçulmana e um militar próximo ao líder deposto Hosni Mubarak aproximaram-se dos candidatos derrotados no primeiro turno da eleição presidencial no Egito no sábado (26), cada um tentando tomar para si o manto da revolução antes do segundo turno, no próximo mês.

A televisão estatal afirmou que Mohamed Mursi, da Irmandade, liderou a votação desta semana com 26,4 por cento contra 23 por cento do ex-chefe da força aérea Ahmed Shafiq, segundo resultados preliminares.

Hamdeen Sabahy, um esquerdista laico ficou em terceiro, com 21,5 por cento, seguido pelo islâmico independente Abdel Moneim Abol Fotouh.

Apenas os dois primeiros seguem para a votação decisiva em 16 e 17 de junho. Resultados oficiais do primeiro turno devem sair na terça-feira.

A escolha entre Mursi e Shafiq, representando as forças que têm lutado pelas últimas seis décadas, desapontou muitos egípcios que votaram para candidatos oferecendo uma posição no meio termo.

Eles temem que uma vitória de Shafiq, de 70 anos, que foi o último primeiro-ministro de Mubarak, acabaria com as esperanças por mudança surgidas na rebelião do ano passado, enquanto uma vitória de Mursi colocaria o Egito nas incertezas de experimentar um regime islâmico.

A Irmandade deve se encontrar com Sabahy, Abol Fotouh e outros políticos para tentar obter apoio deles antes do segundo turno.

Citando "esforços determinados a recriar o regime antigo", o grupo afirmou que partidos que apoiaram a revolta contra Mubarak devem se unir "para que a revolução não seja roubada de nós."

A Irmandade já tem o maior bloco no parlamento depois de uma eleição concluída em janeiro, mas não tem sido capaz de se colocar firmemente contra o governo interino que foi apontado pelos militares.

Shafiq usou linguagem bastante similar numa entrevista coletiva em que falou a grupos de jovens que lideraram a revolta do ano passado. Para muitos, ele representa tudo o que queriam mudar.

""A revolução de vocês foi roubada", Shafiq disse a eles. ""Eu peço que os frutos retornem a suas mãos."

Ele disse que o "relógio não pode voltar", mas que ele não deixaria o Egito "afundar no caos."

Muito de sua retórica indiretamente teve como alvo a Irmandade, jogando com o medo entre as minorias cristãs e liberais do país de que uma presidência de Mursi ameaçaria suas liberdades.

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