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Crise profunda

Islamitas reagem à Irmandade

Enquanto muçulmanos alinhados com Mursi se revoltam com a queda do presidente, o partido Al Nour se preocupa com o futuro do Egito

Hisham Barakat (à esq.) é nomeado procurador-geral pelo presidente interino Adly Mansur | Presidência do Egito/Reuters
Hisham Barakat (à esq.) é nomeado procurador-geral pelo presidente interino Adly Mansur (Foto: Presidência do Egito/Reuters)

A Irmandade Muçulmana do Egito olha para o passado com raiva da destituição de Mohamed Mursi pelos militares, um partido islamita ultraortodoxo olha para o futuro com esperanças de substituir a Irmandade na preferência dos eleitores.

Embora ainda distante de comemorar a queda de seu maior rival, o Partido Al Nour, que se posiciona na direita religiosa do espectro político, pondera os custos dos erros da Irmandade, que culpa por enfraquecer o movimento islamita.

Cortejada pelo Exército, a segunda maior força islâmica do Egito ganhou influência decisiva sobre a escolha de um novo primeiro-ministro, vetando as primeiras duas escolhas liberais.

Mas o líder do Al Nour parece surpreendentemente pessimista para um partido político cujo principal inimigo acaba de tomar um duro golpe que usurpou a série de vitórias colhidas nas eleições de 2012.

"Não há duvidas de que a corrente islamita perdeu bastante por causa do fracasso da Irmandade em administrar o período que passou", disse o líder do Al Nour, Younes Makhyoun, em uma entrevista à Reuters por telefone.

Grupos islamitas não esperam assegurar nada como os 65% de votos que receberam nas eleições parlamentares há 18 meses. Sob o plano de transição do Exército, novas eleições parlamentares vão ocorrer em seis meses.

"Os islamitas ficarão reduzidos ao seu tamanho natural – não mais do que de 25% a 30%", disse Kamal Habib, um antigo membro de um grupo muçulmano militante.

Makyoun também fez fortes críticas à Irmandade por trazer ao primeiro plano extremistas que usam uma retórica violenta nas últimas semanas, dizendo que isso mina ainda mais a popularidade dos islamitas na sociedade egípcia.

US$ 4 bi foram oferecidos pelo governo do Kuwait como ajuda para o Egito, disse o ministro de Gabinete Civil, xeque Mohammad Abdullah al-Sabah. Na terça-feira, os Emirados Árabes e a Arábia Saudita também haviam oferecido ajuda de US$ 3 bilhões e US$ 5 bilhões, respectivamente, depois da queda de Mohamed Mursi.

US$ 12 bi, somando as ajudas do Kuwait, da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes, foram ofertados ao Egito por monarcas do Golfo Pérsico depois da destituição do presidente Mohammed Morsi na semana passada. Os planos de ajuda somam valores referentes a depósitos no banco central, mais petróleo e derivados.

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