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O grupo islâmico armado Hamas bombardeou Israel na manhã deste sábado (7), em um ataque surpresa com mais de 5 mil foguetes que deixou pelo menos 300 israelenses mortos. Segundo a milícia palestina, a ofensiva – já considerada a maior dos últimos anos – marca o início de uma grande operação para a retomada de território.
A resposta israelense, também via ataques aéreos, causou a morte de 232 palestinos, segundo médicos que atendem as vítimas em Gaza. Há, ainda, mais de mil feridos à espera de atendimento.
"Cidadãos de Israel, estamos em guerra. Não em uma operação ou em rodadas de luta. Em uma guerra", disse o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, em um vídeo divulgado nas redes sociais.
No final da tarde de sábado, Benjamin Netanyahu fez um novo pronunciamento sobre a guerra quando afirmou que o país usará "toda sua força" contra o grupo terrorista Hamas e "cobrará vingança por este dia obscuro". As tropas israelenses estão mobilizando milhares de reservistas e lutando em diferentes áreas ao redor de Gaza.
De acordo com a imprensa local, os milicianos palestinos se infiltraram em Israel, a partir de Gaza, por terra, mar e ar e sequestraram soldados e civis – informação confirmada pelo braço armado do Hamas, as Brigadas al Qassam. O grupo também afirma ter assumido o controle de pontos-chave da região, como a passagem de Eerez. E anunciou que entrou na prisão da cidade israelense de Ashkelon para libertar prisioneiros palestinos.
Líderes mundiais condenam ataques, e o Brasil convoca o Conselho de Segurança da ONU
O alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, disse estar chocado com os ataques e pediu o fim imediato da violência em Gaza. “Este ataque está tendo um impacto horrível sobre os civis israelenses. E os civis nunca devem ser o alvo”, disse em um comunicado.
Líderes mundiais como o presidente francês, Emmanuel Macron, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, também deram declarações públicas condenando a ofensiva.
"Condeno veementemente os ataques terroristas que atingem Israel. Expresso a minha total solidariedade às vítimas, às suas famílias e entes queridos", disse Macron. Para Ursula von der Leyen, a ofensiva "é o terrorismo na sua forma mais desprezível. Israel tem o direito de se defender contra tais ataques hediondos". "A Alemanha condena os ataques do Hamas e está ao lado de Israel", afirmou Scholz.
Segundo a porta-voz do Conselho de Segurança Nacional norte-americano, os EUA "condenam inequivocamente os ataques não provocados dos terroristas do Hamas contra civis israelenses". "Nunca há qualquer justificativa para o terrorismo”, disse.
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil emitiu uma nota em que também se posiciona contra a ofensiva palestina. “Ao reiterar que não há justificativa para o recurso da violência, sobretudo contra civis, o governo brasileiro exorta todas as partes a exercerem máxima contenção a fim de evitar a escalada da situação”, diz o comunicado.
Ainda segundo o Itamaraty, o Brasil, na condição de presidente rotativo do Conselho de Segurança das Nações Unidas até o fim deste mês, convocará uma reunião de emergência do órgão. A nota ainda informa que, até o momento, não há registro de vítimas entre a comunidade brasileira em Israel e na Palestina.
Em discurso na tarde deste sábado, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, declarou apoio aos aliados internacionais. "Nunca falharemos em protegê-los. Garantimos que eles terão a ajuda que seus cidadãos precisam e, também, que eles possam continuar a se defender", disse o presidente americano.
Primeiro ministro de Israel garante que usará “toda força” contra o Hamas
No final da tarde de sábado, o primeiro ministro de Israel, Benjamin Netanyahu fez um novo pronunciamento sobre a guerra. Netanyahu afirmou que o país usará "toda sua força" contra o grupo terrorista Hamas e "cobrará vingança por este dia obscuro".
O premiê também disse que tomará duras medidas contra o grupo terrorista, caso mexa em "um fio de cabelo" dos reféns israelenses. Outra promessa feita no discurso de aproximadamente cinco minutos é um ataque organizado a todos os locais onde os extremistas se "escondem e operam", transformando-os em "ruínas".