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Israel está disposto a ajudar o presidente palestino, Mahmoud Abbas, a combater os muçulmanos do Hamas na luta entre as facções em Gaza, disse na quarta-feira o vice-premiê israelense, Shimon Peres.

Numa entrevista coletiva depois de se reunir com o primeiro-ministro da Estônia, Peres disse que Israel interviria diretamente nas hostilidades, mas responderia a pedidos específicos de Abbas. "Devemos ajudar o senhor Abbas em sua luta contra os terroristas", disse.

Peres estava na Estônia para a inauguração da primeira sinagoga do país báltico desde a Segunda Guerra Mundial.

Pelo menos 16 palestinos morreram nos confrontos em Gaza na quarta-feira, e Israel executou um ataque aéreo contra um complexo do Hamas, matando pelo menos quatro combatentes.

O Exército israelense, no entanto, disse que o ataque não teve ligação com os confrontos internos palestinos e que o alvo era um local usado pela Força Executiva do Hamas para planejar ataques com foguetes contra Israel.

Autoridades palestinas já disseram que a hostilidade em Gaza pode acabar derrubando o governo de unidade nacional palestino, formado há dois meses reunindo o Hamas e o Fatah, de Abbas.

Os combates entre as facções mataram ao menos 40 pessoas desde sexta-feira. Cessar-fogo

Ainda nesta quarta, o presidente palestino Mahmoud Abbas ordenou nesta quarta-feira (16) o cessar-fogo aos serviços de segurança fiéis a ele, pouco depois de o Hamas anunciar uma trégua unilateral, anunciaram seus assessores.

O movimento islâmico palestino Hamas havia anunciado antes um cessar-fogo unilateral a partir das 20h (14h de Brasília) em Gaza.

O anúncio aconteceu depois de um novo ataque do Hamas, com fuzis, armas automáticas e lança-granadas, em prédios do centro da Cidade de Gaza. Fattah

O líder de uma das facções do movimento nacionalista Fatah, Abu Kosai, pediu nesta quarta-feira (16) aos ministros do partido que renunciem imediatamente aos seus cargos no governo palestino, pois "a união nacional é uma mentira".

Segundo Kosai, o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP) e líder do Fatah, Mahmoud Abbas, "deve decretar o estado de emergência".

Invasão

Mais cedo, o ministro de Assuntos Estratégicos de Israel, Avigdor Lieberman, pediu que o governo promova uma invasão da Faixa de Gaza para acabar com a "loteria" a que estão submetidos os 25 mil habitantes da cidade de Sderot, alvos em potencial dos ataques palestinos com foguetes Qassam.

Lieberman, líder do Partido ultranacionalista Israel Beiteinu, declarou que "é preciso acabar com a loteria de Sderot, da qual todos os habitantes são obrigados a participar".

Segundo ele, é possível neutralizar de forma "quase total" os milicianos palestinos que lançam foguetes montados em oficinas de Gaza e com um alcance de cerca de 10 quilômetros, "se o governo adotar a decisão que todos esperam".

Em Jerusalém

Israel lembrou nesta quarta a "reunificação" de Jerusalém após a guerra de 1967, uma data polêmica porque representa o início da ocupação da parte árabe da cidade.

Para os israelenses, a cidade foi reunificada há 40 anos com a tomada da zona leste da Jordânia, cujo acesso era impedido quando foi controlada, entre as guerras de 1948-49, após a criação do Estado de Israel.

Pelo contrário, os palestinos lamentam o início de uma ocupação que afeta seu dia-a-dia, com discriminações com relação à população judaica e controles de movimento e identidade. Eles ainda esperam estabelecer a capital de seu futuro Estado em Jerusalém Oriental.

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