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O ministro da Defesa de Israel, Ehud Barak, afirmou que a Marinha israelense interceptou um navio com ativistas e suprimentos. A embarcação, chamada Tali, partiu do Líbano e buscava chegar à Faixa de Gaza.

Barak disse que o navio será levado até o porto israelense de Ashdod. A embarcação partiu na quarta-feira, em uma tentativa de desafiar o bloqueio israelense à Faixa de Gaza.

Repórteres das emissoras árabes Al-Jadeed e Al-Jazira, que estavam no navio, afirmaram que os israelenses dispararam na embarcação antes de subir a bordo e agredir a tripulação.

Segundo os jornalistas, não foi possível registrar com fotos o incidente, pois as forças israelenses quebraram seus equipamentos. Os militares israelenses negaram que tenham disparado no navio.

O navio levava 60 toneladas de suprimentos para a Faixa de Gaza.

O primeiro-ministro do Líbano, Fuad Saniora, condenou o "ataque manifesto" e um dos organizadores da viagem definiu a ação israelense como um sequestro.

"Como resultado das ações tomadas pela tripulação da embarcação, um navio militar de Israel interceptou, abordou e tomou o controle do navio mercante, o qual foi rebocado ao porto de Ashdod, Israel. Não foram disparados tiros durante a abordagem e captura do navio mercante", disse em comunicado a marinha israelense.

"A agressão israelense não é nenhuma surpresa. Israel, que cometeu massacres contra civis inocentes no Líbano e em Gaza, não irá parar de cometer uma agressão, mesmo na frente do mundo, a um navio que transportava ajuda humanitária", disse o premiê libanês Saniora. A chancelaria da Síria também condenou o ato e o definiu como "pirataria marítima".

"Nós consideramos que eles (os passageiros e a tripulação) foram sequestrados", disse Maan Bashour, um dos libaneses que ajudou a organizar o carregamento humanitário. Segundo ele, o navio foi inspecionado no Líbano e na ilha do Chipre e não transportava armas.

Israel disse que o navio tentou furar o bloqueio marítimo, após o capitão ter concordado em levar a embarcação ao Egito. Segundo os israelenses, as pessoas que estavam a bordo do navio serão entregues às autoridades da imigração de Israel e a ajuda será levada à Faixa de Gaza por via terrestre.

Israel tem mantido o bloqueio à Faixa de Gaza desde que o Hamas conquistou o poder pela força no território, em junho de 2007.

Desacordos sobre o fim do bloqueio levaram os negociadores de Hamas a abandonarem as conversações para uma trégua de longo prazo com Israel. As conversações ocorriam no Cairo. Os negociadores do Hamas foram barrados mais tarde na fronteira entre o Egito e o território palestino com milhões de dólares e euros nas suas malas, afirmou a polícia egípcia.

Já os organizadores da viagem marítima que levaria assistência à Faixa de Gaza, políticos de esquerda e grupos de defesa dos direitos humanos do Líbano, afirmam que 18 pessoas estavam a bordo do navio e a carga era formada por remédios, alimentos, brinquedos, cobertores e colchões.

Entre os passageiros interceptados pela marinha israelense, está um padre católico grego de 86 anos, Hillarion Capucci, que quando servia como arcebispo de Jerusalém em 1974 foi condenado por uma corte israelense por usar seu status diplomático para contrabandear armas para militantes palestinos. Mais tarde, o padre Capucci foi libertado da prisão por causa da intervenção do Vaticano e expulso do Estado de Israel.

O Movimento Gaza Livre, que não organizou a viagem feita a partir do Líbano, mas que no passado conseguiu enviar com sucesso botes com ativistas ao território palestino, disse que uma das suas ativistas, a britânica Theresa McDermott, estava a bordo do navio interceptado.

Israel afirma que o bloqueio a Gaza é uma resposta aos repetidos ataques de foguetes feitos pelo Hamas contra o seu território. Após Israel executar sua operação militar de três semanas contra a Faixa de Gaza no mês passado, o Hamas tentou incluir a reabertura das fronteiras como um item do cessar-fogo de longo prazo.

Mas os esforços egípcios para uma trégua duradoura não deram certo. Um funcionário graduado do Hamas disse que sua delegação deixava o Cairo sem um acordo por causa de diferenças sobre a abertura dos cruzamentos de fronteira.

O Hamas afirma que está pronto a assinar uma trégua de um ano com Israel, em troca da reabertura dos cruzamentos na fronteira. O negociador do Hamas, Mohammed Nasr, disse que Israel tenta evitar a ampla reabertura dos cruzamentos.

Segundo um funcionário da segurança egípcia, na volta a delegação do Hamas foi barrada na fronteira, com malas que continham € 2 milhões e US$ 9 milhões.

O dinheiro ficou com um dos integrantes da delegação no Egito e os outros enviados palestinos receberam algumas horas depois permissão para voltar a Gaza. As informações são da Associated Press.

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