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Israel fez neste sábado (19) novos ataques aéreos contra a Faixa de Gaza, com o saldo de um morto, em resposta aos disparos de foguetes palestinos contra seu território. Também neste sábado, os movimentos rivais palestinos Hamas e Fatah anunciaram um novo cessar-fogo, o quinto desde o começo da nova onda de violência entre os dois grupos, no dia 11 de maio, na Faixa de Gaza, que deixou um total de 50 mortos.

Hamas e Fatah são atualmente parceiros em um governo de unidade nacional que assumiu suas funções no dia 17 de março.

Um ataque aéreo israelense deixou um morto e cinco feridos na cidade palestina de Beit Hanun, no norte da Faixa de Gaza, segundo fontes médicas e dos serviços de segurança palestinos.

A Força Aérea israelense confirmou a execução de "um ataque aéreo contra três membros de uma célula que disparou um foguete contra Israel". Os aviões hebreus efetuaram outros dois ataques antes do amanhecer deste sábado, que deixaram cinco feridos.

Um total de 18 palestinos - 16 membros do Hamas e dois adolescentes - morreram na série de ataques lançados pela aviação israelense desde quarta-feira (16) como resposta aos contínuos disparos de foguetes contra o sul de Israel a partir do norte da Faixa de Gaza, que também deixaram vários feridos em meio à população israelense.

Blindados israelenses abriram fogo contra o setor de Beit Lahya, no norte da Faixa de Gaza, informaram fontes palestinas e do Exército hebreu.

No entanto, os ataques aéreos e de artilharia israelenses - os maiores desde a trégua estabelecida no final de novembro de 2006 - não conseguiram pôr fim aos disparos de foguetes do lado palestino.

Vários artefatos explodiram neste sábado nas cidades israelenses de Sderot e Beit Hanun, deixando dois feridos, sendo um soldado israelense, sem gravidade, quando o blindado em que estava foi atingido por um míssil antitanque, no norte da Faixa de Gaza, informou um porta-voz militar. Os disparos foram reivindicados pelo braço armado do Hamas, as Brigadas Ezzedin al-Qassam.

Além de não terem diminuído, os disparos de foguetes palestinos se tornaram mais freqüentes. Nesta semana foram mais numerosos que nos últimos dois meses.

De 15 de março a 15 de maio, dezenas de foguetes caíram em Israel. Porém, o número de artefatos registrados apenas nos últimos quatro dias chegou a 110, segundo o Exército israelense. Israel se mostra reticente em lançar uma operação terrestre de grande envergadura na Faixa de Gaza.

"Devemos considerar quando deve ser realizada uma operação (terrestre). No momento não é necessário; temos margem de manobra suficiente", declarou neste sábado à rádio israelense o ministro da Defesa, Amir Peretz.

Israel deve "reduzir os disparos de (foguetes) Qassam e, se possível, acabar com eles totalmente (...) Nos concentramos nos alvos mais sensíveis para o Hamas e nas fábricas de foguetes", acrescentou.

Neste sábado, um novo cessar-fogo foi instituído entre Hamas e Fatah a partir das 9h (horário de Brasília). Um correspondente da AFP constatou que homens armados de ambos os grupos abandonavam suas posições nos bairros de Tal al-Hawa e Rimal, no sudoeste e no centro de Gaza, respectivamente, onde foram registrados os combates mais duros.

Após nove dias de enfrentamentos que obrigaram os moradores a se trancar em casa, a cidade tentou voltar à normalidade neste sábado. "Estamos dispostos a aplicar o acordo para pôr fim a estes incidentes lamentáveis", frisou Naji al-Sarhi, representante do Hamas.

Mas a fragilidade deste acordo ficou patente. Homens armados dispararam contra o comboio de Mohamed al-Masri, general dos serviços secretos palestinos no norte da cidade de Gaza, que não ficou ferido, segundo um porta-voz do Fatah, Maher Maqdad.

O acordo estipula que os homens armados se retirem de onde estão mobilizados, desfaçam as barricadas e libertem os reféns de ambos os grupos.

A nova trégua foi decidida em uma reunião na embaixada do Egito em Gaza, após conversas telefônicas entre o presidente palestino, Mahmud Abbas, o líder do Hamas no exílio, Khaled Mechaal, e o presidente egípcio, Hosni Mubarak. Também participou das negociações o primeiro-ministro palestino, Ismail Haniyeh, membro do Hamas, informou seu porta-voz, Ghazi Hamad.

Haniyeh pediu a Hamas e Fatah que "se unam para enfrentar a brutal agressão israelense na Faixa de Gaza", ressaltou Hamad.

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